Blog do Kennedy
O
Palácio do Planalto e a cúpula do Congresso ficaram surpresos com a
entrevista dos procuradores da Lava Jato em reação ao projeto
anticorrupção aprovado nesta madrugada pela Câmara. Para o governo e a
alta direção do Congresso, os procuradores da Lava Jato usaram hoje à
tarde um tom autoritário e não aceitaram a derrota na Câmara.
Nas
palavras de um senador, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador do
Ministério Público na força-tarefa da Lava Jato, fez chantagem com dois
poderes _Executivo e Legislativo. Dallagnol disse que, se o presidente
Michel Temer não vetar o projeto, os procuradores renunciarão às suas
funções na Lava Jato.
Na
avaliação do Palácio do Planalto, há uma tentativa de emparedar Temer,
com pressão para que ele vete parte do projeto se ele for aprovado pelo
Senado. Apesar de não quer brigar com a Lava Jato, a tendência de Temer é
jogar afinado com as cúpulas do Senado e da Câmara. Afinal, o Congresso
poderia derrubar eventual veto presidencial.
Interlocutores
do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), dizem que a reação
dos procuradores só estimula a necessidade de votar um projeto que puna
abuso de autoridade. Renan articula a aprovação de um projeto relatado
por Roberto Requião (PMDB-PR) e que será discutido com o juiz federal
Sérgio Moro e o ministro do STF Gilmar Mendes.
Deputados
queriam retaliar as investigações da Lava Jato e cobrar que juízes e
procuradores pudessem ser responsabilizados por eventual abuso de
autoridade. Depois de abrir mão da anistia ampla ao caixa 2, havia na
madrugada de terça para quarta na Câmara um clima político contra a Lava
Jato. Daí as modificações no projeto apresentado pelo Ministério
Público.
O
projeto segue para o Senado, onde houve tentativa fracassada de Renan
de votá-lo em regime de urgência. Mas, no Senado, há uma tendência a
aprovar o projeto relatado por Requião, apesar da oposição de alguns
nomes do PSDB e da Rede
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