- Do UOL- Bruno Stuckert/FolhapressEstátua simbolizando a Justiça em frente à sede do Supremo Tribunal Federal
A cada ano, o custo do Poder Judiciário vem aumentando para a população
do país. Em 2015, cada brasileiro desembolsou R$ 387 para manter o
Judiciário, 31% a mais que em 2009 (quando custava R$ 295 por
habitantes, com com valores corrigidos pela inflação). O dado faz parte
do relatório Justiça em Números, divulgado nesta segunda-feira (17) pelo
CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
"No ano de 2015, as
despesas totais do Poder Judiciário somaram R$ 79,2 bilhões, o que
representou um crescimento de 4,7% e, considerando o quinquênio
2011-2015, um crescimento médio na ordem de 3,8% ao ano. Essa despesa
equivale a 1,3% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, ou a 2,6% dos
gastos totais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
municípios", aponta o estudo.
E as despesas devem crescer em 2016, já que, em julho, mesmo em meio ao esforço de ajuste fiscal, o
presidente Michel Temer sancionou sem vetos a proposta aprovada pelo
Congresso que concedem reajuste salarial de 41,5% para servidores do
Poder Judiciário.
89% gasto com pessoal
O grande consumidor do dinheiro Judiciário é o pagamento de salários,
auxílios e encargos. Os gastos com recursos humanos são responsáveis por
89% da despesa total. Em 2015, cada um dos 17.338 juízes custou, em
média, R$ 46 mil aos cofres públicos por mês. Já cada servidor custou,
em média, R$ 12 mil.
O custo seria bem maior caso o Judiciário
ocupasse todas as vagas em aberto que existem. Segundo o CNJ, são 5.085
cargos vagos para juiz e 55.031, para servidores.
Além disso, há
um grande índice de juízes afastados, que recebem salários, mas não
prestaram serviços à sociedade. "Considerando a soma de todos os dias de
afastamento, obtém se uma média de 1.161 magistrados que permaneceram
afastados da jurisdição durante todo o exercício de 2015, o que
representaria um absenteísmo de 6,7%", explica, citando que os
afastamentos podem ocorrer por licenças, convocações para instância
superior, entre outros motivos.
Um caso recente que chamou a atenção foi a pena dada pelo CNJ de disponibilidade à juíza Clarice Maria de Andrade,
que continuará recebendo vencimentos proporcionais. A magistrada foi a
responsável pela decisão de manter por 26 dias uma adolescente de 15
anos presa em uma cela masculina com cerca de 30 homens, na delegacia de
polícia de Abaetetuba, no interior do Pará, em 2007.
Arrecadação recorde
Apesar da alta despesa do Judiciário, o Poder arrecadou como nunca em
2015. Ao todo foram R$ 44,7 bilhões, o que representou 56% das despesas
da Justiça.
O valor arrecadado foi o maior desde 2009, quando o
estudo começou a ser feito. A arrecadação do judiciário é feita com a
cobrança de custas, taxas e multas aplicadas.
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