quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A prisão de Cunha servirá para a Lava Jato alegar imparcialidade quando quiser prender Lula?

Por Kiko Nogueira no DCM


Segundo a repórter Andréia Sadi, da GloboNews, especializada em Eduardo Cunha (leia mais aqui), a delação premiada do ex-deputado cassado pode não ser aceita pelos procuradores da Lava Jato.
Ele seria uma espécie de “trofeu”. No Palácio do Planalto, avisa Andreia, a avaliação é de que seria difícil os investigadores toparem que Cunha delate.
Os colegas de Andréia na emissora estão comemorando o que chamam de prova da imparcialidade da equipe de Sérgio Moro, discurso repetido pelos suspeitos de sempre.
“Cai por terra o discurso de seletividade da oposição”, disse uma das apresentadoras.
Temer antecipou sua volta ao Brasil, com a desculpa de que queria economizar com hotel (?!?). Se Cunha falar, o governo Temer implode em uma semana.
Sua detenção acontece num momento em que Moro vinha sendo pressionado pelo que chamou de imprensa “simpatizante” em seu famoso ensaio sobre a Operação Mãos Limpas.
A repercussão de sua carta enfezada para o artigo do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, que o comparou a Savonarola, foi péssima. A tréplica de Cerqueira Leite foi devastadora.
Na mesma semana, o jornalista italiano Gianni Barbacetto, autor do livro sobre a Mani Pulite prefaciado por Sérgio Moro, apontou que, no Brasil, “desde o início o sistema continua como antes e será apenas Lula a pagar”.
Não houve, desta vez, o show de luzes e som da condução coercitiva de Lula. Repórteres não estavam na casa dos acusados com câmeras de TV e helicópteros, tudo ensaiado e pronto para ir ao ar. Cadê os vazamentos?
A se confirmar o que informou Andreia Sadi, a Lava Jato coleta um trofeu com Cunha, mas ganha o argumento para buscar outra cabeça: a de Lula.

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