terça-feira, 5 de maio de 2015

Careca reaparece e confirma delação forçada

247 – Até ontem considerado foragido, o policial federal afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, o 'Careca', prestou depoimento à Justiça Federal no Paraná e sugeriu ter sido coagido a falar. Seu depoimento confirma o uso de prisão pelo juiz Sérgio Moro para força as delações premiadas da Operação Lava Jato. De acordo com 'Careca', em meio aos seus depoimentos no ano passado, teve contato com o doleiro Alberto Youssef, que o teria ajudado a "lembrar" dos lugares onde esteve.
"O delegado falou que se eu não prestasse alguma colaboração, iria ficar preso até a audiência, que era o que estava acontecendo. Era praxe. Aí eu falei. Não tinha a menor intenção de ficar preso ali. Eu estava transtornado", relatou. Segundo ele, o delegado Marcio Anselmo disse que "Alberto [Youssef] vai lhe ajudar a fornecer os nomes e tal". "[O delegado] Me forneceu uma carga de caneta, um pedaço de papel (...). Minha cela era ao lado da dele [de Youssef]. Ele falou, 'olha, endereço tal era fulano, era beltrano, sicrano e tal'. E eu fui anotando aquilo mecanicamente", continuou.

Os trechos do depoimento foram publicados pelo jornal Valor Econômico. No ano passado, o policial citou os nomes do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, e do ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia, do PSDB, como beneficiários do esquema investigado pela Lava Jato. Ele então foi solto pelo juiz Sérgio Moro e depois passou a ser considerado fugitivo pela Polícia Federal. Sua aparição depois disso foi no depoimento de ontem em Curitiba.

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