sábado, 4 de abril de 2015

Operação Delenda Dirceu continua

Miguel do Rosário
MIGUEL DO ROSÁRIO
Você conhece algum político brasileiro cujos dados bancários, de sua conta pessoal e de suas empresas, estão disponíveis para análise de todos os jornais?
Sim, esse político existe: José Dirceu.
O juiz Sergio Moro ordenou a quebra de todos os sigilos do ex-ministro. E agora os vazou à imprensa.
Lembrando: Sergio Moro escreveu aquele famoso voto de Rosa Weber, em que ela admite que não tem provas para condenar Dirceu, mas que iria condená-lo mesmo assim, porque “a literatura o permitia”.
Não há nenhuma surpresa nas contas de Dirceu, mas rende manchetes de jornal para impressionar o povão.
“Dirceu recebeu 6,5 milhões de lucro de empresas”.
Quando você vai ler a notícia, descobre que o jornal, em nome da boa e velha manipulação, totalizou o acumulado em oito anos.
Ou seja, as empresas de Dirceu tiveram lucro de R$ 812 mil por ano, ou R$ 67 mil por mês.
R$ 67 mil por mês.
É muito dinheiro para pobres mortais.
Mas é troco para o que ganham, por exemplo, âncoras de jornal, empresários, altos executivos, e advogados ilustres.
A Venina Velosa, a ex-diretora da Petrobrás que foi ao Fantástico tentar incriminar Graça Foster, presidente da estatal, ganhava R$ 200 mil por mês.
O “lucro” das empresas de Dirceu é uma renda perfeitamente normal, eu diria até modesta, para um ex-ministro de Estado que dava consultoria às maiores empresas do país.
Mas a operação “Delenda Dirceu” não pode parar…

Será que algum tucano resistiria ao teste do sigilo bancário que Moro acaba de impor a Dirceu?

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