Alvo de críticas do PT e do próprio partido, o ex-governador do Ceará
Cid Gomes (Pros) tomou posse, na manhã desta sexta-feira, 02, no
Ministério da Educação. Cid é o primeiro ministro da Educação dos
governos Lula e Dilma a não ser filiado ao Partido dos Trabalhadores.
Dono de um orçamento de mais de R$ 100 bilhões, o MEC virou alvo de
disputa interna do PT, que não pretendia abrir mão do controle da pasta
no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
“‘Brasil, pátria educadora’, esse é o lema deste segundo governo da
presidente Dilma. Como disse a nossa presidente, a educação será a
prioridade das prioridades”, disse Cid. “O novo desafio é o da inclusão
pelo saber, o conhecimento, a educação é o caminho certeiro para o
desenvolvimento humano”.
Ao tomar posse no Congresso Nacional, Dilma afirmou na quinta-feira,
1º, que o slogan do governo foi “País rico é país sem miséria” no
primeiro mandato; agora, será “Brasil, pátria educadora”. “Ao bradarmos
Brasil, pátria educadora, estamos dizendo que a educação será a
prioridade das prioridades”, disse Dilma.
O novo ministro da Educação prometeu desenvolver ainda mais o pacto
nacional pela alfabetização na idade certa, promover a reforma do ensino
médio – considerado um dos maiores gargalos na educação brasileira – e
se empenhar para cumprir as metas previstas no Plano Nacional de
Educação (PNE).
“É um dos maiores desafios que já assumi na vida pública. Vamos
valorizar e reconhecer trabalho de professores. Meu gabinete estará
sempre aberto a receber conselhos e críticas”, afirmou Cid, que prometeu
viajar para todas as regiões do País, visitar universidades federais e
manter um canal aberto de comunicação com reitores.
A partir de 2015, a área de educação deverá ocupar um espaço ainda
maior na agenda da presidente Dilma Rousseff, que quer um ministério
forte, influente e de mais visibilidade para executar a expansão do
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), a construção
de creches, a implantação do ensino integral em mais escolas e a
realização da reforma do ensino médio.
Um nome de peso, de um ministro mais político, é visto dentro do governo como uma forma de projetar ainda mais o MEC.
Piso
Em entrevista ao Broadcast Político, Cid disse que na primeira semana
depois da posse será divulgado o reajuste do piso dos professores. Na
segunda, o resultado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), na
terceira e quarta, abertura do Sisu (Sistema de Seleção Unificada).
De saída do MEC, Henrique Paim disse que sente “admiração muito
grande” pelo trabalho do novo ministro à frente do governo do Ceará.
“Sempre tivemos um alinhamento muito grande. Eu sempre dizia inclusive
que as pessoas achavam engraçado isso, que, pela parceria que tínhamos
com o Ceará, era um ministério da Educação do Ceará”, comentou Paim,
emocionado, sob aplausos.
“Deixo o MEC depois de 11 anos, é o encerramento de um ciclo pessoal,
foi uma trajetória pessoal que muito me honrou, é o encerramento de um
ciclo da educação brasileira”, disse Paim.
(Fonte: Estadão Conteúdo)
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