sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Preparem as “barricadas”, os golpistas já estão em marcha!

Lula Miranda
LULA MIRANDA : Artigo publicado no blog 247
 
O “golpismo”, despudoradamente, despe-se das aspas da dissimulação e já se desnuda em GOLPISMO, pura e simplesmente, em toda a sua sordidez, desfaçatez e oportunismo. 
O último mote da grande imprensa de negócios e negociantes agora é transformar doações legais, feitas à campanha de Dilma Rousseff e declaradas à Justiça Eleitoral, como manda a lei, em “propinas” da operação Lava Jato. 
Se só faltava essa, já não falta mais nada. 
A estratégia é confundir doações legais como caixa 2. Note bem: como as investigações e análises de documentos da Operação Lava Jato já devem estar demonstrando/comprovando que as doações foram legais, estão mudando a versão dos fatos para forjar a existência de crime eleitoral e assim impedir a presidente eleita de assumir e, se assumir, impedi-la de governar.
Vejam o título da capciosa matéria da Folha, logo reforçada pela “análise” de um de seus diretores de sucursal, cargo de “responsa”: “Propina na Petrobras foi paga em doações oficiais ao PT, diz delator”. Numa autêntica e manjada “tabelinha”, como se diz nas redações. Um “levanta a bola” para o outro chutar em seguida e assim reforçar a “verdade” que o jornal pretende impor aos seus leitores. 
Ora, se é doação oficial não pode ser qualificada como “propina”!  Mas, para todos os efeitos, quem disse não foi a Folha, foi o delator. Não se pode culpar o mensageiro – não é mesmo? Esse mesmo “expediente” (ou ardil) foi utilizado pela “Veja” para tentar derrubar a candidatura Dilma às vésperas do pleito e assim ganhar a eleição, no grito, para o seu candidato. Qual o “expediente”? O de falar por intermédio das palavras de um criminoso confesso. 
Mas a Folha, em seguida, fala com as próprias palavras. Como adiantei acima, o diretor da sucursal em Brasília apressou-se em esquentar a matéria no afã de dar liga a uma provável mentira, tentando emendar a emenda e assim arruinar o soneto, digo, o jornalismo: “Depoimento aproxima caso de Dilma” – é o título da ”análise” que esquenta a matéria anterior, conclui a tabelinha e dá a senha da próxima jogada aos demais veículos . 
Na sequência, rapidamente, o Estadão e o jornal o Globo, ajudariam a espalhar a “notícia” dando manchetes com as chamadas “letras garrafais” em suas páginas na internet, e por toda a tarde e noite esses “repiques” ficariam por lá, em destaque , pouco importando se o relatado trazia em seus termos uma contradição insanável. Com certeza essas mesmas manchetes amanhecerão estampadas nas bancas de jornal amanhã. A TV Globo já faz, também, a sua parte nessa orquestração.
Não há qualquer ilegalidade naquela contribuição à campanha da presidente eleita. É o típico denuncismo e parcialismo que se revela através de uma não notícia ou de uma falsa e manipulada notícia, melhor dizendo.
Perceberam como funciona o jornalismo de negócios e negociantes?
Para aqueles que ainda não se deram conta: os golpistas estão em marcha. Na grande mídia, no Congresso, nas redes sociais e nas ruas, em manifestações ainda esvaziadas. O que antes parecia apenas retórica de disputa política toma conotações de realidade. Portanto, é chegada a hora da reação.
Progressistas, legalistas e democratas, preparem suas barricadas e trincheiras de resistência!
Um golpe está em curso!
Até o insuspeito Jô Soares, pois que é tucano histórico, já fez o alerta por esses dias em seu programa: “impeachment da presidente é golpe”.
Recorrendo a uma metáfora futebolísitica, o ministro Gilmar Mendes, tal qual um centroavante oportunista, já está plantado no campo do adversário em escandalosa, pois flagrante, posição de impedimento. Oportunista, esgueira-se por entre os defensores, num esforço vão para não ser detectado em seu intento sub-reptício, enquanto a grande mídia faz sua parte confundindo os zagueiros, fazendo jogo de cena, dissimulações, “dribles da vaca” e passes em falso, preparando a jogada derradeira. Gilmar só espera a bola boa chegar para, cara a cara com o goleiro marcar o gol de placa e ainda fazer chacrinha para a torcida adversária.
Todos já devem saber que as contas de campanha da presidente Dilma, por uma dessas estranhas “coincidências” e “acasos” da vida, foram parar nas mãos do “imparcial” ministro Mendes, amigo de Demóstenes. Que já se jacta em realizar uma verdadeira “devassa” nas contas, para assim, quem sabe, descobrir pelo de cobra em ovo de pato.
Os golpistas já marcham à luz do dia. Boquirrotos, arrogantes, preconceituosos, maquiavélicos, transgressores da legalidade institucional, grosseiros. “Foda-se a Venezuela!” –  exibem, ostentam, orgulhosamente,  suas vergonhas e boçalidade.
Diante da tamanha fúria golpista, cabe-nos a proteção e o abrigo das barricadas e trincheiras da legalidade, da legitimidade do voto, da Justiça e da Lei Magna, a Constituição.
Os golpistas veem fantasmas “bolivarianos” conspirando contra si. Covardes, perseguem, achincalham e agridem seus adversários políticos como se inimigos mortais fossem. Seus olhos vidrados, dedos em riste, veias saltadas na têmpora, denunciam a sua insanidade política. Combatem inimigos invisíveis, personagens espectrais que povoam a sua fértil e feérica imaginação, bem como a história e a realidade de outras nações distantes.
O candidato derrotado, Aécio Neves, joga no lixo os seus cerca de 50 milhões de votos ao assumir uma (o)posição raivosa e insensata, cedendo assim, desde já, graciosamente, o posto de candidato das oposições em 2018 para o moderado e insípido Geraldo Alckmin. Este, por sua vez, mantém distância regulamentar dos despropósitos e despautérios golpistas e, experiente, aguarda a sua hora e vez. 
Afinal, 2018 já é logo ali. 
E o “irreconhecível” Aécio, como se nota, arrastado irremediavelmente pela insensatez, incompetência e inexperiência, não estará na urna eletrônica em 2018 – ao menos não na condição de candidato ao cargo de máximo mandatário da nação. Não mais. Perdeu o rumo e o prumo.

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