247 – A Polícia Federal abriu um inquérito
para investigar a intermediação feita por Alberto Youssef entre pequenas
hidrelétricas (PCHs) e estatais do setor de energia. Um dos negócios
envolve a InvestMinas, do empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, e a
estatal mineira Cemig. A empresa depositou R$ 4,3 milhões, em 2012, na
conta da MO Consultoria – uma das empresas de fachada do doleiro, para
vender alguns ativos à Light, empresa do Rio de Janeiro controlada pela
Cemig.
A justificativa da InvestMinas para o pagamento a Youssef é a de que
ele intermediou a venda, por R$ 26,5 milhões, da participação acionária
da companhia na Guanhães Energia para a Light Energia, com intervenção
da Cemig Geração e Transmissão S.A. O Ministério Público suspeita que os
contratos e notas referentes à negociação sejam fraudulentos. Youssef,
investigado e hoje colaborador da Lava Jato, costumava afirmar que
pequenas hidrelétricas eram excelentes negócios.
No despacho que resultou na prisão de empreiteiros e no ex-diretor da
Petrobras Renato Duque, na última sexta-feira 14, o juiz federal Sério
Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato, cita o inquérito
referente à Cemig. Diz ele: "trata-se de negócio que, embora suspeito,
não estaria relacionado aos desvios na Petrobras". No entanto, não há
motivos para acreditar que pagamentos feitos a Youssef que não sejam
relacionados à Petrobras não sejam suspeitos.
Em reportagem
sobre o assunto publicada nesta sexta-feira, o jornal O Globo não cita a
Cemig no título nem no subtítulo, embora o negócio esteja relacionado à
joia da coroa do governo Aécio Neves. O caso pode fazer com que
parlamentares trabalhem para ampliar a CPMI que investiga as denúncias
da Petrobras no Congresso. Relembre aqui
reportagem do 247 sobre o assunto publicada no último sábado 15 e da
Rede Brasil Atual sobre a possibilidade de ampliar o escopo da CPI para
outras empresas além da Petrobras.
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