Por Mirella Araújo
Da Folha de Pernambuco
O pré-candidato ao Governo de Pernambuco pelo PTB, o senador Armando
Monteiro Neto, usou de ironia ao repercutir a troca de palanque feita
pelo prefeito no município de Gravatá, Bruno Martiniano (PTB), que se
aliou à chapa majoritária encabeçada pelo ex-secretário da Fazenda,
Paulo Câmara (PSB), no último sábado. “Essa decisão de Bruno tem muito a
ver com a Semana Santa, onde temos Cristo, muitos Judas e até Maria
Madalena”, disparou. O petebista, mesmo sem mostrar ressentimentos,
alegou que esse assunto já é “passado” dentro do partido. “Vamos fazer a
seguinte equação: pressão e coação, versus insegurança e fragilidade é
igual ao adesismo. Quando uma pessoa é frágil, é fraca, ela está
sucessível a ceder quando é coagida. Mas quando ela tem firmeza e
princípios, essas coisas podem até acontecer, mas nada muda”, disse
Neto.
O prefeito Bruno Martiniano declarou seu apoio não só à chapa
completa da Frente Popular – Paulo Câmara, Raul Henry (PMDB) e Fernando
Bezerra Coelho (PSB) -, como também pedirá votos ao presidenciável
socialista Eduardo Campos, ao invés de Dilma Rousseff, como seu partido
já decidiu. O anúncio foi feito no último sábado, no Hotel Portal de
Gravatá, e contou com cerca de 300 participantes. “É uma honra estar
recebendo o seu apoio Bruno, pois sei o quanto você é responsável e
verdadeiro em suas atitudes. Este encontro só vem comprovar uma palavra
que norteia o nosso projeto “União”. Somos um time preparado para o
avanço”, enfatizou Câmara.
No mesmo lugar, há dez dias atrás, durante a realização do Congresso
Estadual de Vereadores e Servidores de Câmara e Prefeituras Municipais
de Pernambuco, promovido pela União dos Vereadores (UVP), Armando
Monteiro Neto disse que foi saudado pelo gestor petebista como “meu
governador”. “Veja bem, existem questões na política que conseguimos
explicar, mas existem questões de caráter que não há o que se explicar”,
afirmou.
A tranquilidade de Armando Neto pode ser justificada pelo fato de que
há socialistas que também estão interessados em subir no seu palanque.
“Se você soubesse o quanto tem de pessoas do PSB que querem vir para o
nosso lado, apesar da patrulha… Mas não estamos no poder, não agimos
coagindo as pessoas”, criticou. Na quinta-feira passada, o petebista
recebeu apoio do vice-prefeito de Taquaritinga do Norte, Ivanildo
Bezerra (PDT), e mais dois vereadores socialistas da mesma cidade.
Talvez por isso, o dirigente do PTB não pretende fazer uso da Lei de
Fidelidade Partidária contra o prefeito de Gravatá.
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