DO DIARIO DE PERNAMBUCO - FOTO PAULO PAIVA/DP/D.A PRESS
Suspeito
de executar o promotor de Justiça Thiago Faria Soares, Edmacy Cruz
Ubirajara voltou a afirmar no Recife que é inocente. 'Não sei porque
estão me acusando, mas tenho como provar minha inocência', disse ao
chegar no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na
Imbiribeira, no final da noite desta quarta-feira. Ele foi submetido a
exames periciais, entre eles, um que vai indicar se há presença de
pólvora no corpo dele.
O suspeito
já havia alegado inocência ao deixar a delegacia de Águas Belas, no
Agreste do Estado. Em poucas palavras, ele afirmou que não tem
envolvimento com a morte. 'Sou inocente e vou provar', disse, ao entrar
na viatura. Após os exames, Edmacy fica à disposição da Justiça no
Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.
O homem foi
o único detido, até a noite desta quarta-feira (16), suspeito de
participação na execução de Thiago Faria Soares, de 36 anos, assassinado
na última segunda-feira (14).
Segundo
o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, a
reconstituição simulada do crime deverá acontecer nos próximos dias e,
caso o principal suspeito de ser mandante do assassinato, o fazendeiro
José Maria Pedro Rosendo Barbosa, não seja preso até esta quinta-feira
(17), o Disque-Denúncia poderá oferecer recompensa por informações.
O suspeito
detido é cunhado do fazendeiro apontado pela polícia como mandante do
crime, que permanece foragido. Nesta quarta-feira, familiares de Edmacy
Cruz e até mesmo o filho do suposto mandante estiveram na delegacia de
Águas Belas para alegar a inocência da família.
''CIRCO ARMADO''
Em entrevista ao Diario de Pernambuco,
o advogado Leandro Ubirajara, de 28 anos, filho de José Maria, disse
temer pela vida dos familiares. 'Estamos com medo. Olha o que aconteceu
com meu tio. Precisavam prender alguém. Não dormimos em casa. Meu pai é
um homem muito calado, uma pessoa pacata. Não existe a menor
possibilidade de ele ser o mandante'.
Leandro
Ubirajara também alegou desconhecer o paradeiro do pai. 'Há 29 anos,
houve um atentando contra ele. A suspeita é de que tenha sido praticado
por Seu Lourinho (sogro do promotor). Meu pai tem cicatriz no braço,
perfuração no corpo. Foram de quatro a cinco tiros de 12. Ele está
sumido porque... veja ao seu redor, o circo foi armado. Ele teme pela
própria vida', desabafou.
Mysheva
Martins também esteve na Delegacia de Águas Belas nesta quarta-feira.
Ela prestou depoimento à força-tarefa que investiga o caso, incluindo os
delegados Joselito Kehrle e Josineide Confessor, por quase 3h30. O
conteúdo da conversa não foi revelado, mas a noiva da vítima teria
reconhecido Edmacy Cruz através de fotografias. Não foi confirmado um
possível encontro entre vítima e suposto executor: ele foi socorrido
para uma unidade de saúde, por mal estar, quando a testemunha chegou na
delegacia, mas já havia voltado antes de Mysheva deixar o local.
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