Por Juliana Sampaio
Da Folha de Pernambuco
Um grande imbróglio atrasará a primeira etapa das obras da Adutora do
Pajeú, que tinha previsão de entrega para o próximo mês, conforme
promessa do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. O
novo prazo, divulgado ontem, pela coordenadora Regional do Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Rosana Bezerra, é setembro.
Mas apenas se for resolvido o problema envolvendo 18 proprietários de
terras que avançaram suas cercas em área de domínio do Departamento de
Estradas e Rodagens (DER) e estão impedindo o andamento das obras no
trecho Serra Talhada/Afogados da Ingazeira.
São 78 quilômetros, localizados na PE-320, que ainda não receberam o
assentamento dos tubos. Desde abril, o problema vem acontecendo.
“Tentamos resolver amigavelmente, mas não deu certo. Só nos restou
acionar o Ministério Público para sanar o problema”, disse Rosana. A
tentativa de resolução será nesta próxima terça-feira, quando acontecerá
uma reunião entre os proprietários, Ministério Público e o Dnocs, no
município de Carnaíba. “Estamos otimistas que tudo será resolvido”,
disse a coordenadora.
O otimismo da gestora está atrelado ao curto período de tempo para
iniciar o período de testes de passagem da água. Segundo o cronograma,
ainda neste mês, a água deve chegar aos tubos de Calumbi e se estenderá
aos de Flores, em julho. Para os testes chegarem ao trecho Serra
Talhada/Afogados da Ingazeira há a dependência das desapropriações.
“Caso os proprietários não se convençam de forma ‘amigável’, os
promotores irão incriminá-los por posse ilegal de terra”, afirmou Rosana
Bezerra.
A obra total da primeira etapa da Adutora do Pajeú, que atenderá a
230 mil pessoas de mais de 15 municípios de Pernambuco e oito da
Paraíba, terá 197 quilômetros de tubulações. Nessa fase, estão sendo
investidos R$ 198 milhões, dos quais R$ 150 milhões já foram utilizados.
Pelo cronograma inicial, o prazo de entrega da obra estava programado
apenas para dezembro. “Antecipamos a entrega devido ao colapso de
desabastecimento dos municípios dessa região, que vivencia uma grande
estiagem. Por isso, esses 18 proprietários precisam entender a
importância da obra”, alertou a coordenadora Regional do Dnocs. De
acordo com Rosana, a licitação da segunda etapa será concluída em julho.
Para essa próxima fase, os recursos estimados são da ordem de R$ 349
milhões, oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
RISCO
Prefeitos de sete municípios sertanejos se reuniram com promotores, em Afogados da Ingazeira, para colocar a preocupação. O encontro foi promovido pelo presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, José Patriota. “Em muitos locais, os proprietários avançaram suas cercas para a beira da pista. Não há espaço de acostamento e nem rota de fuga em caso de um acidente. Motoristas podem ser atingidos pelas estacas. Motoqueiros podem ser degolados pelos arames farpados. É uma questão que tem colocado em risco a vida de quem trafega pela rodovia,” afirmou Patriota.
Prefeitos de sete municípios sertanejos se reuniram com promotores, em Afogados da Ingazeira, para colocar a preocupação. O encontro foi promovido pelo presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, José Patriota. “Em muitos locais, os proprietários avançaram suas cercas para a beira da pista. Não há espaço de acostamento e nem rota de fuga em caso de um acidente. Motoristas podem ser atingidos pelas estacas. Motoqueiros podem ser degolados pelos arames farpados. É uma questão que tem colocado em risco a vida de quem trafega pela rodovia,” afirmou Patriota.
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