quarta-feira, 22 de maio de 2013

PIB CRESCE, INFLAÇÃO CAI, MAS LOBBY DOS JUROS VOLTA

247 – Aos poucos, os indicadores da economia começam a revelar um quadro bem mais promissor para o ano de 2013. Depois de uma alta do PIB trimestral de 1%, bem acima das expectativas de mercado, o setor do aço divulgou um crescimento de 7,5% de suas vendas em abril. Além disso, a divulgação do IPCA apontou uma desaceleração da inflação acima do previsto, em função da queda justamente dos alimentos – que vinham sendo os vilões da alta de preços. Diante de um cenário melhor, mas que ainda inspira cuidados, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgou um corte de R$ 28 bilhões no orçamento, abaixo dos R$ 55 bilhões esperados pelo mercado. Isso significa que a política fiscal também será usada como um instrumento de combate à crise. "Vamos manter a política anticíclica", disse o ministro da Fazenda, em Brasília.
Esta decisão amplia o suspense para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária, marcada para os dias 28 e 29. Ontem, perto do encerramento de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a política "expansionista" nos gastos do governo pressiona por um ajuste na Selic. A seis dias do início da reunião do Copom, o lobby pela alta das taxas corre solto e só irá acelerar. A fala de Tombini na Câmara elevou na Bolsa Mercantil & Futuros para 0,50 ponto a previsão de mudança a ser promovida na reunião. Equivaleria a uma correção de 0,75% em dois meses, rompendo mais profundamento com um longo ciclo de baixo.
O aumento de meio ponto é exatamente o que querem os lobistas, mas as condições reais parecem bem mais adequadas para a repetição do 0,25% da última reunião ou, até mesmo, de aumento zero. A inflação do mês de abril, de acordo com o IPC-15, baixou em relação a março, descendo de 0,51% para 0,46%. Essa queda irá trazer ainda mais para dentro da meta a taxa de inflação dos últimos doze meses, apurada em 6,49%. Contra os interesses dos que querem juros maiores, a permanência da inflação na meta parece indicar que o leve aumento de juros determinado pela última reunião do Copom está fazendo efeito.
Por outro lado, a atividade econômica dá sinais de manter-se na contramão do pessimismo. Anunciou-se hoje que as vendas de aço, importante termômetro da produção industrial de diferentes setores, cresceram 7,5% em abril. Sinal de que a economia está respondendo bem às linhas mestras da políticas monetária, a principal delas o combate aos juros altos.

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