Economia dá novos sinais de crescimento, com
expansão de 7,5% nas vendas de aço; inflação também caiu a 0,46%, puxada
pela retração dos alimentos; boas notícias animaram o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, a avançar na política anticíclica, com um corte
de gastos de R$ 28 bilhões, menor do que os R$ 55 bilhões esperados pelo
mercado; com a política anticíclica, Mantega pretende manter aquecido o
mercado de trabalho, que já gerou 500 mil empregos ano ano; no entanto,
lobby por um forte aumento dos juros na próxima reunião do Comitê de
Política Monetária, comandado por Alexandre Tombini, vai se avolumando; é
mesmo necessário frear a atividade?
247 – Aos poucos, os indicadores da economia
começam a revelar um quadro bem mais promissor para o ano de 2013.
Depois de uma alta do PIB trimestral de 1%, bem acima das expectativas
de mercado, o setor do aço divulgou um crescimento de 7,5% de suas
vendas em abril. Além disso, a divulgação do IPCA apontou uma
desaceleração da inflação acima do previsto, em função da queda
justamente dos alimentos – que vinham sendo os vilões da alta de preços.
Diante de um cenário melhor, mas que ainda inspira cuidados, o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, divulgou um corte de R$ 28 bilhões no
orçamento, abaixo dos R$ 55 bilhões esperados pelo mercado. Isso
significa que a política fiscal também será usada como um instrumento de
combate à crise. "Vamos manter a política anticíclica", disse o
ministro da Fazenda, em Brasília.
Esta decisão amplia o suspense para a próxima reunião do Comitê de
Política Monetária, marcada para os dias 28 e 29. Ontem, perto do
encerramento de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, o
presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a política
"expansionista" nos gastos do governo pressiona por um ajuste na Selic. A
seis dias do início da reunião do Copom, o lobby pela alta das taxas
corre solto e só irá acelerar. A fala de Tombini na Câmara elevou na
Bolsa Mercantil & Futuros para 0,50 ponto a previsão de mudança a
ser promovida na reunião. Equivaleria a uma correção de 0,75% em dois
meses, rompendo mais profundamento com um longo ciclo de baixo.
O aumento de meio ponto é exatamente o que querem os lobistas, mas as
condições reais parecem bem mais adequadas para a repetição do 0,25% da
última reunião ou, até mesmo, de aumento zero. A inflação do mês de
abril, de acordo com o IPC-15, baixou em relação a março, descendo de
0,51% para 0,46%. Essa queda irá trazer ainda mais para dentro da meta a
taxa de inflação dos últimos doze meses, apurada em 6,49%. Contra os
interesses dos que querem juros maiores, a permanência da inflação na
meta parece indicar que o leve aumento de juros determinado pela última
reunião do Copom está fazendo efeito.
Por outro lado, a atividade econômica dá sinais de manter-se na
contramão do pessimismo. Anunciou-se hoje que as vendas de aço,
importante termômetro da produção industrial de diferentes setores,
cresceram 7,5% em abril. Sinal de que a economia está respondendo bem às
linhas mestras da políticas monetária, a principal delas o combate aos
juros altos.
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