O vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, assegurou essa
quarta-feira (27) que o chavismo saberá defender a "bela obra" do
presidente Hugo Chávez, durante a comemoração do 24º aniversário do
Caracaço, uma revolta popular que deixou centenas de mortos em 27 e 28
de fevereiro de 1989.
"Não tenham dúvida de que saberemos
defender a bela obra do comandante Hugo Chávez Frías", disse Maduro em
uma praça do centro de Caracas, dirigindo-se à oposição, a qual acusa de
tentar dividir o chavismo e difundir boatos sobre instabilidade nas
Forças Armadas.
Acompanhado no palanque pelo alto comando militar
e pelo presidente do Parlamento, Diosdado Cabello, Maduro liderou o ato
popular em memória ao chamado "Caracaço" em 1989, uma onda de protestos
e saques que deixou centenas de mortos.
"Não venham agora com
historinhas de que estamos brigados, que nos procurem para que possam
nos encontrar, onde nos procurarem vão nos encontrar, tanto o povo
quanto as Forças Armadas", afirmou Maduro, que na noite de sexta-feira
saiu a desmentir boatos nas redes sociais sobre "movimentos suspeitos"
no Forte Tiuna, o maior complexo militar de Caracas.
Também
Cabello, ex-militar que participou da tentativa de golpe frustrado
liderada por Chávez em 1992, desmentiu os boatos de divisões na
situação, e assegurou: "o povo e as Forças Armadas estão unidos em torno
de um projeto, de uma causa, de um líder" como Chávez.
"Neste
fim de semana correram todos os boatos (...), sobre o alto comando
militar, o ministro (da Defesa, Diego) Molero... Eles inventam seus
embustes", afirmou, também em alusão à oposição.
Desde esta
manhã, milhares de chavistas protestaram no centro da capital, no
primeiro ato popular após o retorno de Chávez há nove dias de Havana,
onde permaneceu hospitalizado por 70 dias após se submeter à quarta
cirurgia para tratar um câncer.
O "Caracaço" foi uma violenta
revolta popular em resposta à alta do preço do transporte público, após
um aumento no preço da gasolina, decretado pelo governo de Carlos Andrés
Pérez (1974-1979 e 1989-1993).
Na presença da filha mais velha
de Chávez, Rosa Virginia, Maduro anunciou a aprovação de recursos
econômicos para indenizar os familiares das vítimas e disse que o
presidente, "além de ter entregado sua vida completa à felicidade" dos
venezuelanos, também "protege de forma direta" o entorno das vítimas.
Fonte: AFP
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