segunda-feira, 1 de julho de 2019

Centrão: saída de Onyx pode piorar articulação

Possível demissão de ministro é especulada desde que ele foi afastado da articulação política por Bolsonaro. Aliados do chefe da Casa Civil veem processo de fritura, e presidente do Senado chegou a sugerir que ele deixe o cargo
Bruno Góes – O Globo

Líderes do centrão ouvidos pelo GLOBO avaliam que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, passa por um processo de fritura. Após o presidente Jair Bolsonaro afastá-lo da articulação política, sua saída do cargo passou a ser objeto de especulação. Para alguns líderes, a fragilidade de Onyx é recebida como um sinal preocupante e um indicativo da deterioração na relação entre Executivo e Legislativo. Esta é uma semana importante para a articulação política do governo, com a tentativa de se votar, até a quinta-feira, a reforma da Previdência na comissão especial da Câmara.
Segundo um interlocutor do ministro, ele estava abatido ao longo da semana passada. Mas anteontem garantiu que estava seguro no cargo e que os questionamentos sobre sua saída não passam de especulação.
Desde o início do mandato de Bolsonaro, Onyx passou por dificuldades para atender às demandas de deputados. Nas últimas semanas, no entanto, segundo os parlamentares, houve uma melhora. O ministro se comprometeu a liberar verba para emendas e passou a articular o apadrinhamento de programas regionais para agraciar deputados.
Ontem, o colunista Lauro Jardim informou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), aconselhou o ministro a deixar o cargo. Na visão do senador, Onyx pode ser submetido a processo semelhante ao dos ex-ministros Gustavo Bebianno (Secretaria Geral) e Santos Cruz (Secretaria de Governo). Ambos foram publicamente atacados nas redes sociais por pessoas ligadas aos filhos de Bolsonaro, o vereador Carlos e o deputado Eduardo, antes de serem demitidos.
Um aliado próximo de Onyx lembra que o ministro nunca teve proximidade com os filhos do presidente. O receio, na Câmara, é que a liberação de verba e cargos possa queimar o ministro diante da militância bolsonarista.

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