Demolidor o comentário de Kennedy Alencar, hoje, em seu blog.
Ops, desculpe… Demolidor não é uma boa definição, porque nada cai no Brasil por vergonhoso e imoral.
Senão o Judiciário já teria desmoronado.
O ministro Luiz Fux acabou ontem com o auxílio-moradia numa decisão simultânea à sanção do presidente Michel Temer ao aumento dos salários dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Vergonha é a palavra educada para descrever uma confissão explícita de fisiologia política.
Depois de manter durante por cerca de quatro anos uma liminar que permitia a farra do auxílio-moradia para todos os integrantes da magistratura e do Ministério Pública, Fux entendeu que o benefício não fazia mais sentido após o reajuste de 16,35% que será dado aos ministros do STF e que vai ter efeito cascata sobre as contas públicas.
Mais: o benefício só parará de ser pago quando o contracheque engordar com o aumento arrancado dos cofres públicos.
Fux e o presidente do STF, Dias Toffoli, fizeram acordo com Temer e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Um integrante do meio jurídico de Brasília avalia que um entendimento desse tipo é crime de responsabilidade.
É algo que vai além da tradicional troca de favores.
É mais do que é dando que se recebe praticado com frequência em Brasília.
No ano que vem, o salário dos ministros do STF subirá de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil.
Magistrados e integrantes do MP se preparam para obter a mesma vantagem.
Em troca desse mimo num momento de grave crise fiscal, Fux determinou o fim do auxílio-moradia de R$ 4,3 mil.
O Brasil não é mesmo para amadores.
Lobbies corporativos profissionais abocanham fatias do orçamento público sem o menor pudor.
Defendem privilégios num momento econômico em que as contas públicas estão arrebentadas.
Os mais pobres, mais uma vez, pagarão a conta.
Esse exemplo clássico de patrimonialismo que aconteceu ontem em Brasília é uma forma de corrupção, doutores.
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