quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Manter a calma, a objetividade e evitar o ódio

POR FERNANDO BRITO · no TIJOLAÇO


Estamos a dez dias da eleição.

É a temporada do desespero.

Os ataques, as baixarias, as denúncias são as armas que restam aos que pressentem a derrota.

As ações finais da campanha fascista, por mais que seus dirigentes tentem evitar, descambarão para formas e palavras cada vez mais agressivas.

Eles uivam diante da perda da ilusão de que iriam crescer e crescer até submeterem a todas as pessoas ao seu fanatismo, à sua insanidade, ao império do ódio.

A direita histórica, esfacelada, agarra-se ao que restou da devastação a que ela própria se condenou com o golpismo.

Devastação a ela e ao país, que está não apenas afundado como no limiar de afundar-se mais.

Os candidatos de si mesmos, estes podem dar golpes bruscos de direção, mudar de rumo de acordo com as conveniências propagandísticas do “marquetismo”.

Candidato do campo popular, ao contrário, tem a tarefa de ser o veículo dos direitos e aspirações de milhões de pessoas.

Têm, portanto, a obrigação de serem serenos e prudentes.

Os debates – sobretudo o da Globo – e os programas de televisão serão momentos cruciais para afirmar esta tranquilidade.

O adversário real, provavelmente, não estará neles e, com isso, se preservará dos ataques mais diretos e brutais.

O alvo essencial será Fernando Haddad e lhe caberá seguir na firmeza tranquila que exibe até agora, mostrando à população que sua missão é um projeto econômico-social e recusando o clima de ódio em que mergulharam o Brasil para, diante de um país distraído, saquearem as riquezas da natureza e do trabalho.

Vimos – já nem temos o direito de dizer que não percebemos – a quem serviu a radicalização e a intolerância que nos dominam há cinco anos.

Roubaram-nos a democracia, a justiça, os serviços públicos, a renda dos mais pobres, o petróleo, os direitos.

Mas não roubaram de nosso povo, ainda que com tudo o que tiveram à mão, a consciência, os sonhos, a lucidez.

Tanto assim que precisam apelar, como estão apelando, ao mais sórdido e baixo.

Repito o que escrevi há quase seis meses, quando Lula, preso, nos dava o exemplo que precisamos ter em mente, todo o tempo:

Pensem, reflitam, não se deixem levar pela justa indignação com o que está se passando. Transformem-na em diálogo com a população, sigam o conselho de Lula no seu discurso: andem por suas pernas, falem por sua boca, partilhem com ele a serenidade com que se arrosta o destino.

Recordo aos amigos a frase de Brizola : vamos em frente, com a tranquilidade de quem tem a verdade, a certeza e a História a seu lado.

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