Por Apolo da Silva no Blog Os Divergentes
Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin - Foto Orlando Brito
A incógnita da hora é o comportamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Seu esporte favorito nestes tempos é detonar a candidatura à Presidência do governador Geraldo Alckmin. Mistério! Alckmin em algum momento do passado deve ter aprontado com FH, pois não é possível que o ex-presidente seja o único tucano que não acredite que as eleições presidenciais de outubro estão no papo.
Publicidade
Primeiro FH estimulou e deu um selo de qualidade à eventual candidatura do entertainment Luciano Huck. Alckmistas, tucanos e simpatizantes passaram a cochichar, nas conversas de alcova por aí, que FH está gagá. Recentemente, Alckmin anunciou que seu formulador de política econômica será o ex-presidente do BC (no governo FH) Pérsio Arida. Logo em seguida, anunciou que manteria o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. FH não perdeu tempo e proclamou “CANDIDATO DE MERCADO VAI PERDER”.
Alckmin e Temer. Foto Alan Santos/PR
Ao que parece os estrategistas de Alckmin estão preocupados com a provável candidatura do presidente Michel Temer. O principal líder do MDB carrega no currículo o Meirelles na Fazenda, o Ilan no BC, a recuperação da economia, a reforma trabalhista, a fixação de um teto para os gastos públicos e a defesa da reforma da previdência. Alckmin não podia ficar atrás, tinha que fazer uma sombra.
Mas FH não é seu único calo. Tem também o outsider Jair Bolsonaro. Vocês viram a pesquisa feita pelo Instituto Paraná Pesquisas no estado de São Paulo. Pois é, Bolsonaro tem 23,4% e Alckmin 22,1%. Mas este não é levado a sério pelos tucanos. Eles fazem pouco caso, acreditam que o militar da reserva vai se desmanchar no ar. Só falta eles gritarem: ‘O que é nosso está guardado’. Acho que deve estar mesmo.
Bolsonaro é conservador, escalou o liberal Paulo Guedes como seu babá na economia e seu discurso é contundente e duro na segurança pública. Mas ele já não é mais a coca-cola no assunto. O presidente Temer lhe tirou o bastão ao decretar a intervenção no Rio de Janeiro para combater o crime organizado, o tráfico, as milícias… Bolsonaro teve um ataque de pelanca, e fez coro com Moacyr Franco: “O que eu sonhei ninguém me tira… A minha luz ninguém me tira…”.
Foi então que os sábios do Sião de Alckmin acharam que o tucano poderia surfar na segurança pública. Mas nesta quinta-feira (1/3/2018), o jornal O Globo desmontou o discurso com sua manchete: “Facção de SP avança no Rio e é desafio à segurança”. Texto diz mais, que os bandidos do morro da Rocinha se aliaram “ao PCC, a maior facção criminosa de São Paulo”. É isso, os governos do PSDB, o de Alckmin inclusive, produzem criminosos do tipo exportação.
Alckmin não se cansou de receber notícias boas por esses dias. A última é a manifestação de apoio de Don Bertrand de Orleans de Bragança, de uma das facções da família real e que disputa o trono brasileiro, no caso de um pouquíssimo provável retorno à monarquia. A única coisa que não sabemos ainda é o que FH acha dessa cantada real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário