O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) continua não dando trégua aos adversários por meio de sua metralhadora verbal, que é uma das mais afiadas do Brasil.
Ele disse nesta quarta-feira (13) em Belo Horizonte que o povo brasileiro só elegerá um político com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), para a Presidência da República, se tiver tendência para o “suicídio”.
Para ele, apesar de se declarar um “não político”, o prefeito paulistano é um “velho político” pois presidiu a Embratur no governo de José Sarney.
“Ele (Doria) faz marquetagem, engana os bobos, mas a máscara está caindo como farsante que é”, declarou. O prefeito, por sua vez, admitiu ontem pela primeira vez a possibilidade de disputar prévias no PSDB com seu padrinho político, Geraldo Alckmin, apesar de ter garantido no Recife, dia 18 do mês passado, que não o faria.
Disse ele: “Eu tenho, pessoalmente, muito constrangimento (de disputar as prévias) porque gosto do governador Alckmin, é meu amigo e por ele tenho profunda admiração. Preferiria não disputar, mas o tempo é que vai dizer. Temos até dezembro, início de março, para formatar isto”.
Ciro, que nutre por ele certo desprezo, voltou a dizer que não acredita que o povo brasileiro o elegeria. “Para chegar à Presidência um quadro dessa natureza, só se o povo brasileiro estiver com uma compulsão suicida muito grave. Porque, parte do que estamos pagando hoje, deve-se à inexperiência da Dilma, uma pessoa que teve como primeira experiência a Presidência da República”, disse o ex-ministro.
Ciro declarou também que o argumento do ex-presidente Lula de que é vítima de “perseguição política” do juiz Sérgio Moro caiu por terra após o depoimento do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, dizendo que ele recebeu propina da Odebrecht.
“Na medida em que o braço direito do Lula, como eu sei que era o Palocci, faz isso, fica muito difícil sustentar essa narrativa, ou pelo menos atribuí-la ao inimigo”, disse o ex-ministro.
Acrescentou, por outro lado, que mesmo que o ex-presidente consiga provar sua inocência, tem “responsabilidade política” no processo por ter nomeado pessoas como o próprio Palocci e Geddel Vieira Lima para o seu ministério e bancado o nome de Michel Temer para ser o vice de Dilma Rousseff.
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