Está
por dias a aprovação da chamada reforma trabalhista na Câmara dos
Deputados. Reforma para tirar os últimos direitos do trabalhador, como a
substituição do legislado pelo negociado. Patrões e empregados vão
negociar acima e além da lei. Será a negociação da guilhotina com o
pescoço. A imposição do interesse do mais forte sobre o mais fraco. Em
especial quando 13 milhões de desempregados clamam pela oportunidade de
trabalhar.
Trata-se
de uma das mais abjetas alterações no que restou nas relações entre
capital e trabalho. Ou o trabalhador aceita a redução de suas
derradeiras prerrogativas ou será mandado embora. A garantia do direito
ao trabalho virou fumaça. Até 1964 prevalecia a determinação de que
depois de trabalhar por dez anos na mesma empresa, o cidadão adquiria a
estabilidade, ou seja, apenas por falta grave poderia ser dispensado. Os
governos militares também acabaram com o salário-família e a
indenização por tempo de serviço.
Agora,
vão-se as obrigações do empresariado, como a jornada de oito horas, as
férias remuneradas e o décimo-terceiro salário. Vale mais o negociado do
que o legislado, porque se o trabalhador não aceitar a proposta do
patrão, nenhuma garantia terá de preservação do emprego.
Indaga-se
porque a Câmara se encontra prestes a aprovar essa que parece a
supressão final dos direitos trabalhistas, e a resposta surge simples:
porque os deputados, salvo honrosas exceções, nada tem a ver com a
classe trabalhadora. Cada um cuida de si, seus vencimentos estão
garantidos conforme legislação especial. A bancada do PT lava as mãos,
os demais partidos também. Até os sindicatos se omitem. Não demora muito
para alguém sustentar a revogação da Lei Áurea.
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