Era melhor ter continuado calado.
Porque, quando Michel Temer abriu a boca, foi para mostrar sua capacidade de ser perverso e incapaz.
Depois que o repórter Antônio Werneck, de O Globo,
revelou que os planos para um massacre entre facções criminosas “era
de conhecimento da Polícia Federal do Amazonas desde outubro de 2015”,
chamar de “acidente pavoroso” aquele morticínio é inadmissível.
Acidente, diz o Houais, é “acontecimento casual, fortuito, inesperado”.
O trecho reproduzido na imagem publicada mostra que não é acidente algum, mas uma chacina longamente planejada.
Era o caso de demitir quem não tomou providências na Polícia Federal,
porque o mínimo que se esperaria era que o assunto tivesse ido ao
Ministro da Justiça e ao Departamento Penitenciário Nacional, o Depen,
para as providências.
E o seu diretor, silencioso e omisso como o senhor diante disso.
Mas o senhor não pode mexer com a Polícia Federal, não é?
Se o senhor faz jogo de cena nas responsabilidades, não age de forma
diferente nas soluções. Prometer um dinheiro que sai não sei quando,
para construir novos presídios.
Se esse dinheiro sair mesmo, não dá para fazer presídios nem para os
30 mil detentos que vão entrar no sistema de hoje até a inauguração.
Ou seja, vai ter zero de efeito sobre a superlotação.
Dezoito presídios em construção em São Paulo custam R$ 883,7 milhões.
Ao preço paulista, os R$1,2 bilhão dão para fazer 25 presídios, com
capacidade para 800-900 presos. Pouco mais de 20 mil vagas.
Se o senhor tivesse responsabilidade,convocaria o Judiciário, o
Ministério Público Federal e os Estaduais, os governadores, todos para
tirar da cadeia todo mundo que tem direito a estar fora dela, porque já
cumpriu a pena ou tem direito à progressão de regime.
Não é preciso inventar, basta cumprir a lei e a decisão do Supremo de meados deste ano, que poderia reduzir a população carcerária em 32 mil pessoas, mas do que estes tais supostos novos presídios.
E tem mais 250 mil, segundo o próprio Governo Federal que estão
presos sem condenação. Isso mesmo que apontam como “modelo” agora,
prender antes de condenar. Se um terço deles não tiver periculosidade
que justifique a cadeia prévia, são 80 mil presos a menos.
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