domingo, 20 de novembro de 2016

O "czar" de Temer nas privatizações, na mira de Cunha



El País - Afonso Benites
Se alguém quiser tirar do rumo o secretário do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do Governo Michel Temer, Moreira Franco, basta citar o nome de um político: Eduardo Cunha, o maquiavélico ex-deputado federal do PMDB preso pela Operação Lava Jato sob suspeita de corrupção. Escolhido para ser a primeira vidraça contra quem Cunha mirou sua artilharia, ainda antes de estar detido em Curitiba, Moreira Franco se esforça para não mudar sua fisionomia ou alterar o tom de voz quando tem de tratar de seu correligionário. Um esforço inócuo.
Diz que tudo o que Cunha tem dito sobre ele são “insinuações malévolas” e que não há nenhum lastro de verdade. “A minha indignação é santa”. Por que, então, foi o eleito para ser o primeiro alvo de Cunha, um potencial delator da Lava Jato? “Essa pergunta você tem de fazer para ele”, responde rispidamente o secretário, ao EL PAÍS.
Um dos principais aliados de Michel Temer desde a década de 1990, Moreira Franco é um dos homens-fortes da gestão, ao lado de Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Romero Jucá (defenestrado do Ministério do Planejamento por causa da Lava Jato e agora reinstalado como líder do Governo no Senado). Ganhou posição estratégica no Governo empossado em maio, virou o czar das privatizações, carregando para si a responsabilidade de gerenciar um orçamento de aproximadamente 25 bilhões de reais.

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