A desastrada operação de prisão de Guido Mantega dá sinais de fadiga
da Operação Lava Jato – e combustível para seus críticos. De fato.
Há desencontros de informações, faltam as provas de Eike Batista – a
força-tarefa deu como verdade apenas sua palavra – e a situação de saúde
da esposa do ex-ministro mostra que a PF não monitorou o alvo para
evitar o constrangimento, a ponto de o próprio juiz Sérgio Moro recuar
da detenção.
Os procuradores da Lava Jato também não explicaram por que a prisão
só saiu ontem, se desde junho já havia determinação, após o depoimento
de Eike.
Um dos chefes da Lava Jato disse que a prisão demorou por causa do
contingente da PF cedido para a Olimpíada. Mas meia dúzia de agentes,
como ontem, faria o serviço.
Eike Batista está enrolado até o pescoço com as suspeitas das
negociatas. Ao se antecipar e dar depoimento voluntário, colabora e
escapou da prisão. Por ora. Porém a cautela da força-tarefa sobre o
empresário, a proteção a ele, e o crédito dado a Eike conota que o
empresário entrou em negociação para uma delação premiada e colabora
sigilosamente.
No mais, ao prender Mantega na Operação Arquivo X, a Lava Jato se
esqueceu da máxima do seriado homônimo: a verdade está lá fora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário