sexta-feira, 8 de julho de 2016

Cunha e o choro: também tenho dia de humano

Equilibrista, negociou a renúncia e a própria sucessão
Michel Temer, saudado por Cunha no discurso de renúncia, ficou tocado com choro do peemedebista. Ao chegar à Casa que presidiu com raro poder, caminhou apressadamente com o olhar rebaixado. Depois, justificou as lágrimas a amigos: “Também tenho um dia de humano”.
Cunha estava ansioso. Passou as últimas horas calculando os passos do adeus ao cargo que ocupou por 17 meses. E só jogou a toalha quando obteve sinais de que não seria abandonado no momento seguinte. Equilibrista, negociou a renúncia e a própria sucessão. Logo viu Rogério Rosso, seu candidato à presidência da Câmara, largar na frente na disputa com as bênçãos do Planalto.
Dos três nomes mais viáveis, Rosso é o único com apoio duplo – Cunha e Planalto. Rodrigo Maia (DEM-RJ) desponta como segunda opção do governo, mas sem o aval do agora ex-presidente da Câmara.
Rogério Rosso passou o dia tentando se esquivar do padrinho. Quem esbarrava com ele, ouvia logo a explicação: “Não sou o candidato do Cunha”.
Somente Giacobo (PR-RR), cria do chamado “baixo clero” da Câmara, é rejeitado pelos dois lados.
O deputado foi o pivô do primeiro revés do governo no Congresso. No comando da votação do projeto da dívida dos Estados nesta quarta, Giacobo resolveu derrotar Temer por não emplacar um afilhado como diretor de Itaipu.  (As informações são de Natuza Nery,na coluna Painel da Folha de S.Paulo)

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