O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito um diagnóstico
positivo sobre o impacto da ação da Operação Lava Jato que o levou para
prestar depoimento de forma coercitiva. A pessoas de sua confiança, ele
tem dito que o PT e o governo mais ganharam do que perderam com o
episódio.
"A partir de agora, se me prenderem, eu viro herói. Se me matarem,
viro mártir. E, se me deixarem solto, viro presidente de novo", disse
Lula a mais de um interlocutor. Conforme o jornal "O Estado de S. Paulo"
apurou, o ex-presidente mostrou-se confiante em resgatar a imagem do
partido.
Lula chegou nesta terça-feira (8) à tarde a Brasília para reunir-se
com a presidente Dilma Rousseff pela segunda vez em quatro dias. Nesta
quarta pela manhã, o ex-presidente participa de encontro com o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem sido
pressionado por alguns colegas a aderir ao impeachment.
No Congresso, a avaliação é que a ação da Lava Jato causou um efeito
positivo para Lula em vários aspectos. "O episódio unificou o PT e tirou
o partido da paralisia. Atualmente, não há clima mais para falar em
disputa entre correntes internas", disse o deputado Paulo Teixeira
(PT-SP). Para ele, a forma como ocorreu a condução coercitiva de Lula
também sensibilizou os movimentos sociais. "Até para quem não vota no
Lula de jeito nenhum foi transmitida uma sensação de que houve abuso por
parte da Lava Jato."
Os advogados do ex-presidente recorreram da decisão da ministra do
Supremo Tribunal Federal Rosa Weber, que negou pedido de liminar para
que a Corte suspendesse a 24ª fase da Operação Lava Jato e decidisse
qual órgão deve ser responsável pelas investigações contra o petista. As
informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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