segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Para ministra, restringir Bolsa Família provocaria onda de migração de nordestinos

Foto: Wilson Dias/ABR
Foto: Wilson Dias/ABR
A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, defendeu nesse sábado, 9, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, a decisão do Congresso em não realizar cortes no Bolsa Família no Orçamento deste ano.
“Fico feliz de isso não ter acontecido, por vários motivos. Você tirar 23 milhões de pessoas do programa, que é o que teria acontecido [com o corte de R$ 10 bilhões proposto pelo relator], significaria tirar 11 milhões de crianças da escola, do atendimento médico. O impacto para a sociedade seria terrível, acho que o Brasil não fez essa opção”, afirmou.
Campello, que está à frente da pasta desde 2011, critica a discussão sobre a necessidade de os beneficiários terem uma porta de saída do programa ou um prazo máximo de permanência.
“Em média o programa paga R$ 167 por família, então é uma renda que complementa. A maior parte dessas famílias está trabalhando, não é uma pessoa que está deitada na rede sem fazer nada. Imagina no Nordeste agora, por exemplo. Tem cinco anos de seca. Se fossem dois anos de programa, como tem muita gente que defende, o que teria acontecido com essas famílias? O povo não estaria reclamando da porta de saída, ia estar reclamando que o [Terminal Rodoviário do] Tietê ia estar cheio de gente”, afirmou.
A ministra complementou: “Quanto tempo os programas de proteção de renda que existem na Europa exigem que as pessoas saiam? Não exigem. Essa pergunta existe somente para pessoas que acham que isso é uma situação emergencial, que não ter uma rede de proteção é um valor para o país. O Brasil demorou muito para montar uma rede de proteção. E nossos dados mostram que 3 milhões de famílias saíram do Bolsa Família e nunca mais voltaram desde que o programa foi criado”.
Leia na íntegra a entrevista de Tereza Campello.

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