Cerca
de 100 jornalistas mineiros manifestaram apoio a Dilma Rousseff,
afirmando que as violações à liberdade de expressão e ao direito à
informação atingiram um “nível intolerável nos governos de Aécio Neves”.
Os jornalistas se
reuniram na sede da Associação dos Fiscais da Fazenda de MG, em Belo
Horizonte, aprovaram e divulgaram a seguinte carta a propósito da
eleição do dia 26, apoiando Dilma Rousseff:
''Nós,
jornalistas mineiros reunidos na noite de 15 de outubro de 2014, em Belo
Horizonte, vimos manifestar à sociedade brasileira as nossas apreensões
quanto ao grave momento vivido pelo país às vésperas do segundo turno
das eleições presidenciais:
1.
Estarrecida, a opinião pública mineira e brasileira deparou-se nos
últimos meses com uma escalada da cobertura jornalística das eleições
pelos meios de comunicação em claro favorecimento de candidaturas à
Presidência da República, seja por meio da manipulação de informações
políticas e econômicas, seja pela concessão de espaços generosos a um
candidato em detrimento dos outros. Tais fatos, públicos e notórios, são
sobejamente atestados por instituições de pesquisa e monitoramento da
mídia, revelando uma tentativa de corromper a opinião pública e de
decidir o resultado das urnas.
2.
Infelizmente, tais práticas antidemocráticas, que atentam contra os
princípios constitucionais da liberdade de expressão e manifestação e do
direito à informação, fizeram parte do cotidiano da comunicação em
Minas Gerais, atingindo nível intolerável nos governos de Aécio Neves. A
atividade jornalística e a atuação dos profissionais foram diretamente
atingidas pelo conluio explícito estabelecido entre o governo e os
veículos de comunicação, com pressão sobre os jornalistas e a queda
brutal da qualidade das informações prestadas ao cidadão mineiro sobre
as atividades do governo. Tais pressões provocaram censura e mesmo
demissões de profissionais e uma permanente tensão nas redações. E
quebraram as históricas vocações e compromissos de Minas com a liberdade
de pensamento e de ideias, traços distintivos da formação e das
tradições históricas do Estado.
3. Diante
do exposto e por dever do ofício, nós, jornalistas mineiros, alertamos a
sociedade brasileira sobre os riscos que tais práticas representam para
a Democracia, para o Estado de Direito e para os direitos individuais e
políticos dos cidadãos. Reafirmamos que a essência da atividade do
jornalista é a liberdade de expressão e manifestação, assegurando o
direito da sociedade à informação, livre e plena.
Belo Horizonte, 15 de outubro de 2014''
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