247 - Dias atrás, o ex-governador pernambucano
Eduardo Campos fez uma revelação. Disse que o PT ofereceu a ele o apoio
na sucessão presidencial de 2018, caso ele desistisse de concorrer em
2014. A oferta era real. Um dos mais ardorosos defensores dessa ideia
era o governador baiano Jaques Wagner, que avaliava que, após quatro
mandatos consecutivos do PT na presidência da República (contando, é
claro, com a reeleição da presidente Dilma Rousseff), seria o momento de
renovar a aliança de centro-esquerda que vem governando o País desde
2003.
Campos, naturalmente, não aceitou. Lançou-se à presidência da
República, rompendo a aliança histórica com o PT, e obteve o apoio da
ex-senadora Marina Silva. Até agora, no entanto, os resultados têm sido
muito pouco animadores. Na última pesquisa Datafolha, ele obteve apenas 8% das intenções de voto. No levantamento Istoé Sensus,
ficou abaixo disso, registrando apenas 7,2%. Com isso, cristaliza-se a
ideia de que o segundo turno, se houver, será mesmo, novamente, entre PT
e PSDB, com a disputa envolvendo a presidente Dilma Rousseff e o
senador Aécio Neves.
O ex-governador de Pernambuco vem tendo um desempenho tão fraco que,
ontem, ao promover uma caminhada em São Paulo, foi tido praticamente
como um anônimo. Alguns o confundiram com o ex-prefeito Gilberto Kassab.
Outros o chamaram de Aécio Campos, como se ele fosse uma espécie de
genérico do candidato do PSDB (leia aqui).
Para piorar, a situação no seu estado de origem é delicada. Sua
prima, a vereadora Marília Arraes declarou voto na presidente Dilma.
"Não acho que a candidatura de Eduardo seja o melhor para o País",
afirmou (leia aqui).
É um raciocínio que vai na mesma linha do que já foi apontado pelo
senador Armando Monteiro (PTB-PE), que, aliado ao PT, lidera as
pesquisas para o governo de Pernambuco, com mais de 40% das intenções de
voto. "Muitos pernambucanos percebem que ele se lançou a um projeto
pessoal e não tomou a melhor decisão para os interesses do povo
pernambucano", diz ele. Em Pernambuco, o candidato de Campos, Paulo
Câmara, também patina nas pesquisas, assim como seu padrinho político.
Diante desse cenário, a questão que se coloca é clara: Eduardo Campos
sairá da disputa presidencial de 2014 maior ou menor do que entrou?
Antes da disputa, o PSB tinha, além de Pernambuco, o governo do Ceará.
Como os irmãos Gomes se rebelaram contra a candidatura Campos, ambos
migraram para o Pros. Além disso, o partido também controlava
importantes ministérios, como a Integração Nacional.
O ex-governador pernambucano não terá muito espaço num eventual
segundo governo Dilma, não será o aliado preferencial de Aécio Neves e
ainda corre o risco de perder seus principais governos estaduais. Sem o
contar o fato de que ele próprio, caso não protagonize uma espetacular
arrancada nas pesquisas, ficará sem mandato, quando tinha uma eleição
garantida para o Senado.
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