Josias de Souza - (Blog)
Eduardo
Campos informou a correligionários que o PSB vai mesmo lançar um
candidato próprio ao governo de Minas Gerais. Com isso, ele romperá
acordo que firmara num encontro em sua casa,no Recife, com o
presidenciável tucano Aécio Neves. Eles haviam combinado que um apoiaria
o candidato do outro nos seus respectivos Estados.
Eduardo
está ciente de que, em retaliação, o PSDB pode anunciar a candidatura
do deputado estadual Daniel Coelho ao governo de Pernambuco. Chegou
mesmo a encomendar uma pesquisa para aferir os danos. Verificou que,
hoje, Daniel roubaria mais votos de Armando Monteiro (PTB) do que do seu
candidato, Paulo Câmara (PSB).
O
resultado pode ser enganoso. Paulo Câmara ainda é desconhecido do
eleitorado. Armando, um senador, e Daniel, recém-saído de uma disputa
municipal em que pulou da condição de azarão para um surpreendente
segundo lugar em Recife, são ultraconhecidos. Nesse contexto, Câmara não
poderia perder eleitores que ainda nem o conhecem.
Egresso
do PV, Daniel é cristão novo no PSDB. Hoje, está integralmente dedicado
à sua pré-campanha de deputado federal. Mas avisou aos correligionários
que não hesitará em disputar o governo de Pernambuco se Aécio pedir.
Ele se declara “100% engajado no projeto nacional de Aécio.”
Operadores
de Eduardo Campos dizem que, em nome do projeto nacional, vale a pena
correr o risco. Alegam que uma candidatura própria dará a Campos uma
visibilidade que ele não teria em Minas se o PSB continuar vinculado ao
palanque tucano de Pimenta da Veiga, 100% dedicado ao projeto
presidencial de Aécio.
De
resto, o PSB trabalha com a hipótese de que o PSDB não cumpra a ameaça
de lançar um candidato em Pernambuco. Mantendo-se na coligação de Paulo
Câmara, o tucanato pernambucano tem a perspectiva de eleger três
deputados federais, entre eles Daniel Coelho. Rompendo, pode não eleger
ninguém.
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