O colunista Janio de Freitas condenou duramente a
tentativa do Ministério Público do Distrito Federal de ter acesso a
comunicações do Palácio do Planalto, partindo do caso José Dirceu;
"Esperava-se que Barack Obama fizesse escola, conforme a regra histórica
de que maus usos do poder encontram seguidores com mais facilidade do
que os bons. Esperava-se, mas não que fosse aqui, nem, muito menos, que o
poder da Promotoria do Distrito Federal fosse o criador do novo ardil
para xeretar as comunicações da Presidência da República, incluída a da
própria presidente Dilma Rousseff", diz ele
Brasília 247 - A tentativa de quebra do sigilo telefônico do Palácio do Planalto, a partir do caso José Dirceu (leia mais aqui), despertou indignação no colunista Janio de Freitas.
Na coluna "Nos passos de Obama", ele condenou duramente o ardil. Leia, abaixo, um trecho:
Esperava-se que Barack Obama fizesse
escola, conforme a regra histórica de que maus usos do poder encontram
seguidores com mais facilidade do que os bons. Esperava-se, mas não que
fosse aqui, nem, muito menos, que o poder da Promotoria do Distrito
Federal fosse o criador do novo ardil para xeretar as comunicações da
Presidência da República, incluída a da própria presidente Dilma
Rousseff.
É também interessante que o juiz da
Vara de Execuções Penais e o ministro Joaquim Barbosa não dessem sinal
algum de estranheza --sem falarmos nas providências legais necessárias--
ao deparar-se com coordenadas geográficas de latitude e longitude para
pedir quebra de sigilo telefônico de números, endereços e portadores de
celulares não citados. A alternativa a essa indiferença seria o
conhecimento prévio, por ambos, da artimanha e do alcance da alegada
identificação de telefonema no presídio da Papuda.
O fato é que, não fosse a argúcia do
advogado José Luis Oliveira Lima, que providenciou um laudo técnico para
localizar os dois pontos indicados pelas coordenadas geográficas, nada
faz crer que as comunicações de celulares da Presidência escapassem da
violação. Um jogo de coordenadas contrabandeava o Planalto na quebra de
sigilo e o outro referia-se à Papuda, também citada por coordenadas para
manter a lógica do disfarce. Mas o pedido estava em nome da promotora
Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa, e isso basta para presumir-se o
despacho do juiz ou do ministro: ela é a promotora que se ocupa das
alegações de regalias, privilégios, telefonema, churrascos e o demais
que mantém há cinco meses o regime fechado de prisão de José Dirceu,
condenado ao semiaberto.
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