Por : Paulo Nogueira
247-E o Globo procura os blogueiros que entrevistaram Lula em busca de
informações para uma reportagem que mostre a razão de terem sido
convidados.
O Globo parece fugir da resposta mais simples: é que fazem um jornalismo menos viciado do que o do Globo.
Para Kiko, vieram poucas perguntas. Mas vejo agora que para Conceição
Lemes, que representou o Viomundo, foi uma série infindável de
perguntas, como se fosse um interrogatório.
Ela as publicou, com as respostas – dadas não ao Globo, mas aos leitores do Viomundo.
Chegaram a perguntar a ela se recebera dinheiro para se deslocar até o
Instituto Lula, em São Paulo, onde foi feita a entrevista.
Conceição disse que não. Pagou o táxi com suas próprias posses. Não
fez o que o Globo fez quando foi cobrir uma palestra de Joaquim Barbosa
na Costa Rica.
O contribuinte pagou a conta da jornalista do Globo que acompanhou JB – aliás num jato da FAB.
Mas a questão que mais me chamou a atenção no interrogatório do Globo
foi o que Conceição achava da ideia de Lula incluir entre os convidados
“blogueiros de oposição”, como Reinaldo Azevedo.
Azevedo foi citado nominalmente, e então peço pausa para rir.
Seria de fato uma grande ideia. Tão boa que o próprio Globo poderia
adotar e convidar Paulo Henrique Amorim para uma futura entrevista que
os irmãos Marinhos concedam, de preferência ao vivo, como foi o caso de
Lula.
Outra possibilidade é Miguel do Rosário, para discutirem o caso da
sonegação bilionária da Globo na Copa de 2002. Foi um furo de Miguel,
com seu Cafezinho.
Os Marinhos ficariam certamente felizes de ver, na entrevista,
Fernando Brito, do Tijolaço. Fernando poderia perguntar sobre o direito
de resposta de Brizola, na voz de Cid Moreira no Jornal Nacional. Brito,
soube-se recentemente, foi o autor do texto de Brizola.
De volta a Lula.
Reinaldo Azevedo começaria se dirigindo a Lula, respeitosamente, por
“Apedeuta”. O Brasil, para cuja autoestima ele tanto colabora, seria
tratado como “Banânia”. E os petistas seriam, claro, os “petralhas”, uma
palavra da qual ele se orgulha como se tivesse criado não ela, mas
Guerra e Paz.
A bancada de entrevistadores de Lula poderia ser reforçada com outros nomes, na linha sugerida pelo Globo.
Diogo Mainardi poderia enriquecer, de Veneza, por Skype, a
entrevista. Ele trataria Lula, com a devida deferência, como “Anta”. E
levaria também as saudações de seu pai, Ênio, que fraternalmente vive
pedindo a Deus que traga de volta o câncer a Lula (leia aqui na integra).
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