A presidente Dilma Rousseff anunciou na noite desta quarta-feira (23),
em pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, a antecipação do
desconto na conta de luz, que passará a vigorar a partir de amanhã (24).
Inicialmente, ela estava prevista para valer só em 5 de fevereiro.
Dilma descartou ainda qualquer necessidade de racionamento de energia
"no curto, no médio ou no longo prazo".
Dilma reiterou que a redução da conta de luz será de 18% para
residências e de até 32% para indústria, comércio e agricultura. A
informação já havia sido dada pela Aneel (Agência Nacional de Energia
Elétrica) hoje à tarde.
"Acabo de assinar o ato que coloca em vigor, a partir de amanhã, uma
forte redução na conta de luz de todos os brasileiros. Além de estarmos
antecipando a entrada em vigor das novas tarifas, estamos dando índice
de redução maior do que o previsto e já anunciado", disse Dilma no
pronunciamento.
Os percentuais são maiores do que os estimados anteriormente pelo
governo. Em setembro passado, quando anunciou o plano para baratear a
tarifa de energia, a presidente disse que o corte seria, em média, de
16% para residências e de até 28% para a indústria.
"Com essa redução de tarifa, o Brasil, que já é uma potência
energética, passa a viver uma situação mais especial no setor elétrico.
Somos agora um dos poucos países que estão, ao mesmo tempo, baixando o
custo da energia e aumentando a sua produção elétrica", disse Dilma. Ela
assinou hoje um decreto e uma medida provisória com os novos índices de
redução das tarifas.
Segundo a presidente, os consumidores que são atendidos pelas
concessionárias que não aderiram à prorrogação dos contratos (Companhia
Energética de São Paulo - Cesp, Companhia Energética de Minas Gerais –
Cemig e Companhia Paranaense de Energia - Copel) também terão a conta de
luz reduzida.
"Previsões sem fundamento"
A falta de chuva em diversas regiões do país e os reservatórios das
hidrelétricas operando abaixo da capacidade provocaram dúvidas sobre o
cumprimento da medida prometida pelo governo. A presidente fez duras
críticas às previsões sobre a possibilidade de racionamento de energia
por causa do baixo nível dos reservatórios.
No seu pronunciamento, ela explicou que praticamente todos os anos as
usinas térmicas, movidas a gás natural, óleo diesel, carvão ou biomassa,
são acionadas com menor ou maior exigência para garantir o suprimento
de energia do país. Segundo Dilma, isso é "usual, normal, seguro e
correto".
"Surpreende que algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou
outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento quando os níveis dos
reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como
era de se esperar, essas previsões fracassaram. O Brasil não deixou de
produzir um único quilowatt que precisava. E agora, com a volta das
chuvas, as térmicas voltarão a ser menos exigidas."
A presidente disse ainda que o país irá dobrar em 15 anos a capacidade
instalada de energia elétrica, que hoje é 121 mil megawatts. Segundo
ela, no ano passado, o país colocou em operação 4.000 megawatts e 2.700
quilômetros de linhas de transmissão e, neste ano, deve colocar mais
8.500 megawatts de energia e 7.500 quilômetros de novas linhas.
"Temos contratada toda a energia que o Brasil precisa para crescer e,
bem, neste e nos próximos anos". A presidente acrescentou que o sistema
elétrico brasileiro é um dos mais seguros do mundo porque trabalha com
fontes diversas de produção de energia, o que não ocorre na maioria dos
países.
Ela criticou os que, segundo ela, "são sempre do contra", e não
acreditavam que o governo conseguiria baixar os juros, aumentar o nível
de emprego e reduzir a pobreza.
"Do contra"
"Nesse novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para
trás. Pois nosso país avança sem retrocesso em meio a um mundo cheio de
dificuldades. Hoje, podemos ver como erraram feio no passado os que não
acreditavam que era possível crescer e distribuir renda, que pensavam
ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da miséria e
não acreditavam que o Brasil virasse um país de classe média".
Dilma disse que os que tentaram "amedrontar" os brasileiros com a queda
do emprego ou a perda do poder de compra do salário também erraram e
que "não faltou comida na mesa nem emprego". Também citou a saída de
19,5 milhões de brasileiros da linha da extrema pobreza nos últimos dois
anos.
"O Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões
alarmistas. Nos últimos anos, o time vencedor tem sido os do que tem fé e
apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas,
estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história".
Dilma aproveitou ainda para propagandear que o seu governo, além de ter
baixado o custo da energia, diminuiu juros, reduziu impostos e também
ampliou investimentos em infraestrutura, saúde e educação.
Segundo ela, o país vai alcançar uma situação ainda melhor quando todos
os brasileiros trabalharem para "unir e construir" e não para "desunir
ou destruir". "Somente construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos
sonhos quando colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos nossos
interesses políticos e pessoais", concluiu. (Com Agência Brasil)
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