quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

“Não é racismo, só não sou obrigada a ser atendida por um negro”, diz mulher em lanchonete na Paraíba



(Foto: Reprodução/ Facebook)


247 - Na última terça-feira (8), uma cliente resolveu "reclamar" por meio de mensagem através do aplicativo Whatsapp de uma lanchonete em Campina Grande, na Paraíba, por ter sido atendida por um negro.

De acordo com reportagem do site T5, o texto, que aparentemente foi escrito por uma mulher, diz que o jovem foi educado, mas a "pele escura" do rapaz "mancha a imagem" do estabelecimento.

"Então, fui atendida por um rapaz de pele escura hoje, com minha família. Eu acho que uma lanchonete do seu porte não deveria admitir isso. Isso é ruim, mancha a imagem da sua lanchonete. Não é questão de racismo, é só que não sou obrigada a ser atendida por um negro. Foi até um rapaz educado conosco, mas a cor dele não se nega, entende? O que incomoda é a questão de ser atendida por ele mesmo, isso desrespeita meu lugar e da minha família. Acho que cada um tem que se por no devido lugar, o atendente no dele", escreveu.

A proprietária do estabelecimento decidiu denunciar o caso e registrou um Boletim de Ocorrência para abertura de investigação na 6ª Delegacia Distrital da cidade. .

A dona do estabelecimento chegou a rebater a mulher, mas resolveu procurar a delegacia para denunciar o crime de racismo. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, a delegada da 6ª Delegacia Distrital, Mairam Moura, deve ter acesso ao B.O nesta quinta-feira (10) e iniciará a investigação.


O rapaz alvo de racismo é Gabriel Akhenaton. Ele disse que no decorrer de sua vida já passou por vários episódios de injúria racial, mas esse foi o pior. "De perseguições relacionadas a racismo eu sempre fui alvo, mas foi a primeira vez que fui atingido de uma forma tão brusca", disse Gabriel.

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