terça-feira, 9 de junho de 2020

Maia apoia corte de salário, mas diz que conta de Bolsonaro está 'distante.



Do UOL, em São Paulo

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse apoiar que parlamentares reduzam salários para contribuir com o auxílio emergencial que será pago durante a pandemia do coronavírus. Porém, afirmou que a conta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está "um pouco distante" da realidade.

O presidente disse hoje que a equipe econômica estima que as duas novas parcelas do auxílio emergencial serão de R$ 300 mensais, mas que está disposto a aumentar o valor se os parlamentares aceitarem diminuir os próprios salários como medida de compensação.


"A ideia da equipe econômica são mais duas parcelas, talvez de R$ 300, sei que tem parlamentar que quer mais duas de R$ 600. Se tivermos um programa para diminuir salários de parlamentares, tudo bem, eu pago até R$ 1 mil por mês, não tem problema nenhum", disse Bolsonaro ao sair do Palácio da Alvorada, após reunião ministerial.

"Acho que a conta está um pouco distante, o custo de dois meses [de auxílio] são R$ 100 bilhões, o custo anual dos salários dos parlamentares são R$ 220 milhões bruto", ponderou Maia, em coletiva. "Lembrando que a câmara já economizou mais de R$ 150 milhões. Mas nós não temos problema nesse debate, precisa ser feito."

Para o presidente da Câmara, o corte não incluiria os servidores da Saúde que estão trabalhando diretamente com a pandemia, mas salientou que "se todos os servidores topassem, tenho certeza que o parlamento vai participar e vai defender."

Maia ainda disse que "há uma certa diferença" do valor necessário para o governo federal bancar o auxílio emergencial por mais dois meses com os salários brutos dos parlamentares e que o valor não seria suficiente para cobrir as despesas do Executivo.

"Se todos os Três Poderes tivessem de acordo em um percentual que não seja muito grande, para que a gente possa garantir a renda emergencial para os brasileiros, tenho certeza que o parlamento está disposto a sentar à mesa, discutir os caminhos, para cuidar dos mais vulneráveis", concluiu.

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