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O governo da República Argentina decretou intervenção estatal no grupo Vicentin, corporação agrícola com capital exclusivamente argentino e um dos seis maiores do país. O anúncio foi feito pelo presidente, Alberto Fernández, que também informou o envio de um projeto de lei ao Congresso para expropriar a companhia, que se encontra em processo de concordata desde a primeira semana de dezembro de 2019.
O interventor da Vicentin será o economista Gabriel Delgado, que dirige a unidade YPF Agro, da petrolífera estatal. Delgado havia sido cotado para ser ministro de Agricultura, quando Fernández foi eleito em outubro passado. Com uma dívida superior a US$ 1,5 bilhão, a companhia foi considerada pelo governo argentino como de “utilidade pública”. Seu maior credor é o banco estatal La Nación, com 80% do passivo. Segundo o presidente, “o objetivo é resgatá-la para que cumpra o rol de empresa de referência na comercialização de grãos e na produção de alimentos”.
Um balanço do Banco La Nación revela que a instituição presidida na época por González Fraga, indicado pelo ex-presidente Maurício Macri, concedeu à Vicentin, entre os dias 8 e 26 de novembro, 26 autorizações de crédito para pré-financiamento de exportações de 95,5 milhões de dólares, segundo o jornal Página 12. Uma semana depois da última retirada, a empresa declarou falência.
“Queremos que a empresa continue funcionando, que os trabalhadores mantenham seus postos de trabalho e que os pequenos produtores possam continuar vendendo à empresa o que produzem”, afirmou Fernández.
“O resgate é em favor da economia argentina e de uma parte de um setor que tem particular importância, como é o mercado de grãos e cereais”, argumentou o presidente. Também considerou a companhia “estratégica”, que “favorece à Argentina atingir a soberania alimentar”.
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