Por Carlos Brickmann
O presidente Bolsonaro repete a cada instante que ele é o presidente e que cabe aos ministros alinhar-se a ele, não ele aos ministros. O presidente não concorda com a quarentena, não concorda com o isolamento social, não concorda com a demora do seu Governo em entronizar a hidroxicloroquina e a hidroxicloroquina como as grandes armas na luta contra o coronavírus, já disse que ele e o ministro Mandetta não se bicam; e, referindo-se à repetida frase de Mandetta, de que médico não abandona o paciente, lembrou que o paciente pode trocar de médico.
Pois bem, o paciente não trocou de médico, Mandetta continua ministro, a política de combate à pandemia do Governo se alinha ao ministro, não ao presidente, a cloroquina e a hidroxicloroquina continuam na categoria de remédios em teste, a quarentena e o isolamento estão em vigor. O presidente se limita a fazer fusquinha ao ministro com quem não se bica, saindo para passear e para ouvir panelaços ao vivo.
O presidente não gosta de ver seu pessoal se relacionar com adversários (acha que é traição), mas Mandetta acaba de firmar convênios com Doria.
Pois é, talvez aquela história tão difundida de que o chefe do Governo, de fato, seja o general Braga Netto, chefe da Casa Civil, possa ter fundamento, não parece? O que se comentou fartamente é que Braga Netto é hoje um primeiro-ministro, restando a Bolsonaro o papel de Rainho da Inglaterra, que preside mas não governa, tem os filhos ao lado e não tira a Corona da cabeça
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