segunda-feira, 30 de março de 2020

Fim do isolamento pode intensificar problemas financeiros, diz presidente da C&A

"Entendo que esses arroubos de 'vamos abrir' não têm sustentação. O risco maior é se precipitar, abrir essa história cedo demais, criar um momento de curva crescente muito forte e aí ter que ficar fechado muito mais tempo. Esse é o cuidado", afirmou o presidente da C&A, Paulo Correa
(Foto: Fabrizio Bensch/Reuters)


247 - Presidente da C&A, Paulo Correa declarou no domingo, 29, que antecipar o fim do isolamento pode adiar e inclusive intensificar os problemas financeiros que empresas estão enfrentando devido ao coronavírus, afirma reportagem da Folha de S. Paulo.

Correa participou de uma transmissão ao vivo da XP Investimentos que discutiu o fim da política de isolamento social. "Entendo que esses arroubos de 'vamos abrir' não têm sustentação. O risco maior é se precipitar, abrir essa história cedo demais, criar um momento de curva crescente muito forte e aí ter que ficar fechado muito mais tempo. Esse é o cuidado", disse.

Setores pequenos, médios e grandes do empresariado ligado ao comércio e o varejo têm defendido o fim do isolamento social apoiado por Jair Bolsonaro na campanha “o Brasil não pode parar”.

Ainda para o presidente da C&A, cujas vendas dependem quase inteiramente de pontos físicos, a falta de alinhamento entre os poderes federal, estadual e municipal contribui na crise e na insegurança da população.

"É difícil gerar sensação de segurança por decreto. Temos contato com nossas operações na Europa, na China, e é um processo muito, muito lento. Estamos falando de um a dois meses de lockdown mais a recuperação de alguns meses", afirmou.

A declaração se refere à vontade de Bolsonaro de fazer um decreto para liberar todas as atividades.

De acordo com os empresários que participaram da reunião da XP Investimentos, a retomada das vendas após a quarentena será lenta, não retomando o volume de vendas anterior à pandemia. O varejo é um dos setores mais afetados pelo coronavírus. Segundo a Folha de S. Paulo, “grandes empresas têm alertado a Bolsonaro que podem demitir, em média, até um terço de seus funcionários caso a pressão para reabrir as lojas não surta efeito até meados de abril”.

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