POR FERNANDO BRITO no Tijolaço
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A incapacidade do governo brasileiro para agir numa emergência é inacreditável e criminosa.
Defesa Civil e Forças Armadas, com todo auxílio que pudessem reunir – compras emergenciais são a forma certa, caridade é subsidiária – deveriam, neste momento, estar empacotando cestas básicas às centenas de milhares para serem distribuídas em áreas carentes, onde a perda de renda e de emprego não é mais uma ameaça, é uma realidade.
A Folha mostra, gora à tarde, vídeo com os relatos que a comida está escasseando e logo vai faltar, porque falta o dinheiro para comprá-la.
E falta porque as medidas em favor dos bancos andaram rápido e as em favor o trabalhador foram poucas, ralas e estão empacadas na falta de criatividade dos tecnoburocratas. Aliás, parte das empresas “cidadãs” que anunciaram aos quatro ventos estarem doando para a luta contra o vírus, na surdina, estão pressionando para receber o que doarem em abatimento no imposto: marketing com o dinheiro público.https://www.jota.info/tributos-e-empresas/tributario/companhias-abertas-querem-deduzir-doacoes-relacionadas-ao-coronavirus-do-irpj-27032020
Minha faxineira, obviamente dispensada de trabalhar, está em casa, com o salário do mês e as férias pagos adiantados. O marido é garçom, está demitido; a filha, funcionária de uma loja de shopping, esperando a degola. Tão canalhas quanto os havaneros das carreatas, só que camuflados.
O que é que eles querem? Que o povão saia às ruas e saqueiem, para finalmente aparecerem com tanques em lugar de caminhões de alimentos?
Porque é disto que se trata, quando se vê os filhos passando fome.
Vão culpar a quarentena salvadora pelos crimes da indiferença criminosa, que faça as pessoas que a morte pelo vírus é só uma possibilidade, enquanto a morte pela fome é uma certeza e, assim, as façam entregar milhares ao matadouro?
Atenção, este é o roteiro do golpe.
Resta saber se os oficiais-generais do Exército desceram tão baixo que serão cúmplices desta monstruosidade
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