sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Aumento salarial: pressão dos policiais preocupa Congresso e STF


Por O Globo

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e parlamentares da cúpula do Congresso veem com apreensão a série de levantes de policiais militares, cujo ápice aconteceu nesta quarta-feira, no Ceará, com o senador Cid Gomes baleado. Integrantes do Judiciário e do Legislativo avaliam que é preciso conter essa “escalada autoritária”.
Logo depois do episódio em Sobral, políticos e magistrados passaram a repetir a tese de que governadores podem perder o controle de suas polícias. Para ministros e parlamentares ouvidos pelo GLOBO, o episódio no Ceará ganha ainda mais importância por ter acontecido em meio ao clima de tensão entre governadores e Bolsonaro e depois de novo embate entre o Congresso e o Palácio do Planalto.
A preocupação com o efeito cascata dos motins pelo país também fez com a cúpula do Judiciário incentivar um raio-x da atual situação das polícias de todos estados. A ideia é identificar possíveis focos de conflitos e, eventualmente, uma ligação entre os grevistas.
Na segunda-feira, vinte governadores divulgaram uma carta criticando Bolsonaro por não contribuir para a “evolução da democracia”. No dia seguinte, em um jantar na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ministro Gilmar Mendes (STF) falaram da importância de reações imediatas e enfáticas a qualquer sinal de autoritarismo do presidente e sua equipe.
Com a presença de 12 deputados à mesa, o governador João Doria explanou a intenção de fortalecer o Parlamento para, assim, fortificar a democracia, segundo relato dos presentes. Decidiu-se que os presidentes da Câmara e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sairiam em defesa do Parlamento sempre que identificado algum “ataque” contra a democracia. Davi Alcolumbre não participou do jantar.

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