“Eu vejo, eu ouço, eu agradeço”.
A frase de Sérgio Moro diante das manifestações de ontem é, de fato, o sumo do seu pensamento limitado e medíocre.
O que está em questão, neste momento, não é a sua popularidade (em visível declínio, aliás) ou a sua posição no governo Bolsonaro. É o seu comportamento como juiz que toma partido e orienta a acusação, ponto.
Sobre estas questões, não adianta alegar que é o “herói” de senhoras bem vestidas ou de rapazes “bombados”. Vê-los, ouvi-los e agradecer o apoio é irrelevante.
Aliás, porque, para esta turma, o “messias” é outro, o Jair, a menos que se considerem os destroços do MBL como os seus cavaleiros templários.
Mas Moro não é mais assim, apenas de direita: viu e ouviu que pertence agora a extrema-direita e que, nela, já não é o Batman, mas o Robin de Bolsonaro, do qual é agora um protegido, não mais um troféu.
E mais dependente ficará, enquanto mingua seu apoio entre pessoas que, embora tenham se curvado à avalanche lavajatista, não vão resistir às evidências que vieram – e mais ainda as que virão – sobre sua atitude conspiratória como juiz.
Moro, que brilhou sob os holofotes da mídia e achou que tinha luz própria, não vai se sustentar apenas com evasivas e acusações ao suposto hacker e aos jornalistas do The Intercept.
Os vazamentos sobre os procuradores, seus subordinados na operação, são apenas a porta de entrada que se vai abrindo na blindagem jurídico-midiática da Lava Jato.
Teremos um agosto à altura das tradições do mês.
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