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Após alguns pleitos serem atendidos para melhorar a situação da bacia leiteira em Pernambuco, a categoria vem conseguindo melhorar os preços do produto. Desde o início deste ano, o Governo de Pernambuco recebeu as propostas dos representantes da bacia para poder dar início a medidas de recuperação. Uma delas foi a anulação da isenção fiscal para as indústrias que importarem leite em pó e derivados. Além disso, as chuvas recentes estão oferecendo condições de melhoria na medida em que os produtores conseguem plantar mais alimentos para o rebanho.
Uma forte crise se instalou na bacia leiteira e as dificuldades se alavancaram no ano passado. A seca severa dos últimos seis anos no Estado fez com que as indústrias de laticínios de Pernambuco precisassem comprar o leite em pó e derivados de outros estados do Brasil, já que, além de ter maior oferta da mercadoria, o custo era mais em conta. Com isso, o cenário local foi de prejuízo financeiro para os produtores.
Em janeiro deste ano, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado se reuniu com o Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite-PE) para começar a discutir as questões essenciais, principalmente em relação aos incentivos fiscais para o setor industrial. “Uma sequência de ações foi realizada desde janeiro para recuperar a bacia leiteira, uma atividade importante para Pernambuco”, disse o secretário de Desenvolvimento Agrário, Dilson Peixoto, ao complementar que os preços estão em uma tendência de melhora. “Antes das medidas, o litro do leite estava sendo vendido, em média, a R$ 0,80. Hoje, está em torno de R$ 1,40. É uma recuperação que o próprio setor reconheceu”, comentou Peixoto.
Presidente do Sinproleite-PE, Saulo Malta confirma a melhora e aguarda um cenário ainda mais positivo. “Teve produtor que vendeu o litro do leite a R$ 0,70 até o ano passado. Agora, a média está em R$ 1,20. As medidas do governador para barrar a entrada do leite de outros estados e nossas constantes reuniões estão fazendo efeito. Estamos na torcida por novas recomposições no preço”, disse Malta, que comemorou uma das medidas: a instalação da Câmara Setorial do Leite, espaço de discussões entre os representantes da bacia leiteira e o Governo de Pernambuco para montar planos de trabalho que fortaleçam a produção.
“A Câmara está funcionando, estamos fazendo reuniões mensais e centralizando nossos pleitos nela”, disse, ao também lembrar que as condições climáticas dos últimos meses favoreceram o cenário. “Os produtores se animaram com as chuvas e estamos na esperança de conseguir plantar mais alimento para o rebanho”, explicou Malta.
Um decreto, de 12 de março, revogou a isenção fiscal para as indústrias que importarem leite em pó, soro do leite ou mistura láctea. Ou seja, a empresa que desejar comprar o produto dessas formas perderão a isenção. Além disso, o Governo de Pernambuco está fiscalizando se as indústrias com isenção fiscal estão cumprindo a contrapartida, de comprar a quantidade do leite in natura da produção de Pernambuco.
Outro decreto, de abril, determinou o recolhimento antecipado do ICMS (18%) para as empresas que adquirirem o leite líquido proveniente de outros estados. E ainda teve uma outra medida que colocou fim nos benefícios fiscais para centrais de distribuição que movimentam leite em pó, soro do leite e mistura láctea.
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