Em análise no jornal Valor Econômico, a jornalista Maria Cristina Fernandes destaca que, ao prestar depoimento sobre os escândalos da Lava Jato, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, adotou uma estratégia baseada em dois pilares. O primeiro é o de citar as absolvições na Lava-Jato (21% do total de acusados) e indeferimentos das prisões cautelares (91 dos pedidos) como prova de que não houve conluio dele com procuradoes. A segunda foi a de acusar seus inquiridores mais duros de quererem anular a Lava-jato
247 - Ao prestar depoimento sobre os escândalos da Operação Lava Jato divulgados pelo site Intercept Brasil, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, adotou uma estratégia baseada em dois pilares. O primeiro é o de citar as absolvições na Lava-Jato (21% do total de acusados) e indeferimentos das prisões cautelares (91 dos pedidos) como prova de que não houve conluio dele com procuradoes. A segunda foi a de acusar seus inquiridores mais duros de quererem anular a Lava-jato.
Delegado por 27 anos, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) citou, por exemplo, três documentos, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que prevê Justiça imparcial para todas as pessoas no mundo, o Código de Processo Penal, que estabelece o princípio da isonomia processual (paridade entre as partes) e o Código de Ética da Magistratura, que exige um comportamento equidistante do magistrado. “E tenho certeza de que se fosse eu, como delegado, que tivesse mantido contato com os investigados num inquérito da maneira como o senhor manteve com o ministério público, eu estaria preso”, disse.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) perguntou se Moro lembrava de ter discutido com os desembargadores do TRF-4 antes da decisão que condenou o ex-presidente Lula e se, em férias, havia falado ao telefone com delegados, juízes ou procuradores. O ministro afirmouque o parlamentar o estava acusando e não respondeu a nenhuma das perguntas.
O senador Humberto Costa (PT-PE) lembrou que, nos inquéritos da Lava-Jato, ele fazia com que os acusados rememorassem de conversas ocorridas três, quatro anos antes, enquanto ele, Moro, dizia não se lembrar se havia recomendado ao procurador que não prejudicasse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em processo de caixa 2 que não estava sob sua jurisdição.
Moro disse que sempre agiu respeitando a lei.
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