segunda-feira, 6 de maio de 2019

Um país desconstruído


Por Denise Assis, do Jornalistas pela Democracia -

 “O Brasil não é um terreno aberto onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos é que desconstruir muita coisa. Desfazer muita coisa. Para depois nós começarmos a fazer. Que eu sirva para que, pelo menos, eu possa ser um ponto de inflexão, já estou muito feliz”.

Pois regozije-se, senhor presidente. Não há na história desse país alguém que entregou tanto, destruiu tanto, condenou a tantos, em tão pouco tempo. Sim. Estão condenados. Os estudantes sem futuro, os desvalidos sem saúde, e os idosos correndo o risco de ficarem sem direito a ir para casa descansar.

A frase, dita durante um jantar de gala na embaixada brasileira em Washington, no dia 17 de março, pelo recém-empossado Jair Bolsonaro, não deixava dúvidas. Não sobraria pedra sobre pedra. Antes disso, em 28 de dezembro, já na condição de vice-presidente eleito, mas ainda não empossado, o general Hamilton Mourão avisou que o futuro governo promoveria “um desmanche do Estado”. Portanto, ninguém pode dizer que não foi avisado. Os que hoje ocupam o poder estão transformando o país em terra arrasada. Desculpem tantos gerúndios, mas é que enquanto escrevo, tal como uma avalanche que corre em nossa direção, as maldades não param de acontecer. E só o gerúndio, para descrever tantas desgraças em curso.

Não está havendo presente - com a economia despencando e a produção industrial perdendo 1,3% de sua capacidade. E não haverá futuro, com o setor da Educação sem R$ 1,6 bilhão nos cofres, para gerir as universidades e as demais unidades de ensino do país, afetadas pelo corte do MEC. O que espanta, estarrece, enoja, é que nas principais universidades estão importantes hospitais e centros de pesquisas destinadas a avançar na cura de várias doenças pelo Brasil afora. Portanto, trata-se de uma operação casada. Destrói-se a Educação e, de quebra, a saúde.

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