domingo, 9 de dezembro de 2018

Relatório do Coaf testa Bolsonaro


Andrei Meireles - Blog Os Divergentes

Nessa sexta-feira, a cada novidade do relatório do Coaf sobre a movimentação financeira do ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro o clima político ficou um pouco mais carregado. O incômodo com o bate cabeça na articulação política cedeu a vez para uma certa tensão. A impressão é de que Jair Bolsonaro enfrenta o primeiro teste como presidente eleito para o quesito dar explicações convincentes para dúvidas com suposto potencial explosivo.
Ao cancelar a viagem a Pirassununga, no interior paulista, por “recomendação expressa” de sua equipe médica,  Jair Bolsonaro deixou de participar de cerimônia da Academia da Força Aérea. Também se livrou da curiosidade da imprensa que desde a primeira notícia sobre o relatório do Coaf aguardava uma justificativa para o pagamento, no valor de R$ 24 mil, feito pelo ex-assessor Fabrício José de Queiroz à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Sobrou para o ministro Onyx Lorenzoni, durante um evento em São Paulo, responder às previsíveis perguntas dos repórteres. O que não estava no scritpt foi sua reação. Poderia ter facilmente se esquivado. Mas, nervoso, atribuiu o relatório – ou seu vazamento, não ficou claro – a uma tentativa de “setores” que estão tentando destruir a reputação de Jair Bolsonaro.
— No Brasil, a gente tem que separar o jogo do trigo. Nesse governo é trigo….Onde é que estava o Coaf no Mensalão, no Petrolão?, questionou, irritado.
O desempenho de Lorenzoni, além de nada esclarecer, serviu para piorar a situação. Na equipe de transição avaliou-se que seu nervosismo passou a impressão de que o entorno de Jair Bolsonaro estava preocupado com a repercussão do relatório.

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