Juízes dizem que mobilização não é só por auxílio, mas por valorização da classe
Magistrados buscam desvincular paralisação de pressão por benefício de moradia
Joelmir Tavares - Folha de S.Paulo
Juízes federais em São Paulo que participam das manifestações organizadas pela classe nesta quinta-feira (15) adotaram o discurso de que a mobilização é para pedir a valorização da categoria e disseram que a manutenção do auxílio-moradia é apenas uma das várias reivindicações. Inicialmente, o protesto foi visto como uma pressão da classe pela manutenção do benefício. Lideranças dos magistrados e dos procuradores federais reunidas em uma das sedes do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), na avenida Paulista, evitaram chamar o movimento de paralisação ou de greve, já que, segundo eles, o trabalho não parou.
Quando a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) anunciou o protesto, no dia 1º de março, nota oficial da entidade dizia que os associados haviam decidido "pela realização do movimento com paralisação no próximo dia 15 de março". Nesta quinta, a entidade disse à Folha que "mantém o posicionamento de que é paralisação".
Segundo os porta-vozes na capital paulista, os servidores do Judiciário se ausentaram do trabalho só no momento do encontro no auditório do tribunal, que durou aproximadamente uma hora e meia, no meio da tarde. Cerca de 150 pessoas, algumas com adesivos na roupa com alusão à paralisação, foram ao local e ouviram discursos de sete representantes de organizações de classe.
De acordo com balanço da Ajufe, houve adesões ao movimento em dez estados e no Distrito Federal. Dos 1.796 juízes federais do país, cerca de 800 participaram dos atos, disse a entidade.
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