Josias de Souza
O lançamento da candidatura presidencial do deputado Rodrigo Maia, do DEM, congestionou a avenida do centro. Agora, trafegam por essa via pelo menos três pretendentes ao trono: além de Rodrigo Maia, o governador tucano Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que negocia sua transferência do PSD de Gilberto Kassab para o PMDB de Michel Temer.
Por ora, todas essas candidaturas são meramente hipotéticas. Só no meio do ano, época em que os partidos farão suas convenções, será possível saber quem passou da condição de balão de ensaio para a de candidato real. Rodrigo Maia, por exemplo, disse em discurso: ''Assumo o desafio de construir com o povo brasileiro um pacto para romper o que há de velho e atrasado na política brasileira.'' Agora só falta avisar ao povo e convencê-lo de que o DEM (ex-PFL, ex-PDS, ex-Arena) é o novo.
Animadas com a inelegibilidade de Lula e amedrontadas com a ameaça de Jair Bolsonaro, as forças políticas que se autodefinem como de centro tornaram-se protagonistas de um paradoxo: dispõem de candidatos demais e votos de menos. A lógica parece conspirar a favor de um acordo. ''A minha candidatura vai decolar, pode escrever isso”, disse Rodrigo Maia aos repórteres. “Estou no segundo turno”. Nem a turma do DEM acredita nisso. Um pedaço do partido mantém as negociações para indicar o vice de Geraldo Alckmin, visto como o menos roto entre os esfarrapados do centro
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