Janio de Freitas – Folha de S.Paulo
Juiz da Lava Jato no Rio, aos poucos Marcelo Bretas deixa o seu estilo discreto e fica menos distante do estrelismo de Sergio Moro. Com os riscos inerentes. Uma opinião recente, por exemplo, faz de Bretas um representante de algo deformador do Judiciário e do Ministério Público:
"A Justiça tem que ser temida. É necessário que haja esse temor."
Esse conceito é comum a muitos juízes e, com a evidência extremada da Lava Jato de Curitiba, também ou sobretudo a inúmeros procuradores. Falar em Justiça temida implica falar em juízes temidos.
Mas Justiça e juízes temidos são próprios de ditaduras e de outras formas de regimes prepotentes.
Justiça e juízes de país com Constituição democrática devem ser respeitados, isso sim. Nem mais, nem menos do que tudo e todos que mereçam respeito.
A falta dessa noção tem feito muito mal. Inclusive porque, entre outras decorrências, leva a modos e situações que impedem o respeito.
A Lava Jato paga muito por isso.
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