Daqui a cinco dias, a Câmara decidirá se autoriza ou não a abertura de processo contra Michel Temer.
O presidente é rejeitado pela maioria dos brasileiros, mas deverá ter
votos suficientes para se salvar. É o que preveem os deputados com mais
mandatos na Casa.
Para
o decano Miro Teixeira, o espírito de corpo dos congressistas tende a
beneficiar Temer. "O plenário atuará como um júri, e muitos jurados
também respondem a inquéritos por crime comum. Ninguém quer se condenar.
É a solidariedade dos culpados", ironiza o deputado da Rede.
No
11º mandato, Miro apoiou o impeachment de Dilma Rousseff e votará pelo
afastamento de Temer. No entanto, ele diz que a batalha será inglória.
"Os dois cometeram crime de responsabilidade, mas agora as ruas estão
vazias. A realidade é que não conseguiremos os 342 votos", prevê.
O
deputado Bonifácio de Andrada, do PSDB, diz que o presidente vai se
safar com folga. "Não tenho dúvida. O Temer ganha com mais de 200
votos", projeta. No décimo mandato, ele reforça o discurso dos
parlamentares contra a Lava Jato. "A Câmara é a representação do povo.
Os deputados não são santos porque o povo também não é santo", teoriza.
O
tucano diz que o recesso de julho não piorou a situação do presidente,
ao contrário do que previa a oposição. "O povo não gosta do Temer, mas
também não aporrinha os deputados para votarem contra ele."
Nesta
quinta, uma nova pesquisa CNI-Ibope mostrou que a aprovação de Temer
caiu a míseros 5%. É o pior desempenho de um presidente desde o fim da
ditadura. Para o petebista Paes Landim, que exerce o oitavo mandato, os
números não terão qualquer influência no plenário.
"Para
nós, políticos, o Temer é bom porque dialoga com o Congresso", elogia.
Ele defende o arquivamento da denúncia e não teme perder votos em 2018.
"Se a economia melhorar, o pessoal esquece isso", aposta. "O eleitor tem
memória muito fraca. Daqui a um ano, já esqueceu."
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