domingo, 25 de setembro de 2016

O samba do saci

Carlos Brickmann
Ao contrário do Governo anterior, que não sabíamos por onde andava, temos agora um Governo que indica todos os dias o que vai fazer. Às segundas, quartas e sextas, anuncia providências; às terças, quintas e sábados, se desmente, ou adia o que era urgente. Aos domingos imagina novos planos.
Não dava para aguentar o déficit de R$ 170 bilhões, herança de Dilma. Era urgente baixá-lo. O Governo deu um aumentão para grupos poderosos do funcionalismo, gastando bilhões para inteirar o déficit de R$ 170 bilhões. Erraram na conta e o buraco ficou maior. Aumentou-se a previsão de capitais que serão repatriados. Só que o dinheiro ainda não existe.
Todos os partidos estavam livrando quem usou Caixa 2. Alguém descobriu, o projeto morreu, o Governo informou que jamais permitiria o golpe baixo - que, entre outros, era articulado pelo ministro Geddel.
Alguém ouviu o ministro Meirelles dizer que haveria corte de juros em 2016. Tanto disse que algum indiscreto ouviu. Mas Meirelles desmentiu.
Diz o Governo que a Previdência, com déficit crescente (em 2015, R$ 148,8 bilhões) ou é reformada com urgência ou quebra o país. E, como já estamos em setembro, o problema urgente ficou para o ano que vem.
Todos os cidadãos, democraticamente, podem opor-se ao Governo ou apoiá-lo. Em nosso país peculiar, isso só depende do dia da semana.

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