“Não podemos construir em nosso Estado a prática da ética da
malandragem”. É o que afirma o deputado federal Sílvio Costa (PTdoB-PE),
aliado da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), ao pedir explicações
do PSB sobre a Operação Turbulência. Conduzida pela Polícia Federal, a
investigação descobriu esquema de lavagem de dinheiro envolvendo
empresas pernambucanas, inclusive as que compraram o jatinho usado pelo
ex-governador Eduardo Campos (PSB) na campanha à presidência, em 2014,
quando morreu na queda do mesmo avião.
“Lamentavelmente, este partido está fugindo do debate, em um nítido
desrespeito ao povo pernambucano e aos brasileiros”, afirmou o deputado.
“Não acho razoável que os principais atores do PSB deem como resposta a
falácia de que confiam na idoneidade do ex-governador Eduardo Campos
que, lamentavelmente, não está mais aqui para se defender. É preciso que
a Executiva do PSB, o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo
Júlio respondam duas questões básicas: Por que o governador estava
andando em um avião que foi pago por uma peixaria? Por que 14 pequenas
empresas de Pernambuco movimentaram R$ 600 milhões?”, perguntou o
parlamentar, que é pai do deputado estadual Sílvio Costa Filho (PRB),
pré-candidato à Prefeitura do Recife contra o socialista Geraldo Julio.
Sílvio Costa ressaltou que há outras operações em curso em
Pernambuco, como a Fair Play, para investigar superfaturamento na Arena
Pernambuco. “O prefeito Geraldo Julio foi o presidente do Comitê Gestor
da Parceria Público-Privada com a Odebrecht e o atual governador Paulo
Câmara era o vice-presidente”, atacou o deputado.
Em tom de ironia e vingança, Sílvio Costa lembrou que, na campanha de
2014, Armando Monteiro Neto (PTB), então disputando o Governo de
Pernambuco contra Paulo Câmara, convocou uma coletiva de imprensa para cobrar publicamente informações sobre a compra do avião.
Porém, por não apresentar informações novas em relação ao que já havia
sido divulgado, virou memes e piada na internet. O deputado ironizou o
PSB usando uma frase que, segundo ele, foi usada por aliados dos
socialistas após a entrevista de Armando Monteiro: “A montanha pariu
muitos ratos”.
Chamando o PSB de “ingrato”, Sílvio Costa criticou os deputados do
PSB de Pernambuco por terem votado a favor da admissibilidade do
impeachment. “Os governos socialistas, em Pernambuco, receberam
inigualável apoio dos governos Lula e Dilma. Todos os grandes
investimentos que ocorreram em Pernambuco vieram graças a Lula e Dilma.
Em troca, os socialistas pagaram com a ingratidão”, reclamou. “Os
socialistas foram tão cruéis que, se o Senado eventualmente ratificar a
decisão da Câmara, a presidente Dilma ficará inelegível por oito anos.”
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